A
assistência de saúde e os cuidados de enfermagem podem ser referidos em termos
de ações de facilitação das trocas de matéria, energia e informações entre o
sistema humano (família, comunidade, sociedade) e o ecossistema, em razão das
dependências que constituam necessidades de saúde e necessidades de enfermagem,
sempre integradamente sob os aspectos bio-psico-sócio- espirituais.
Face à sua
formação generalista, ao seu perfil e papéis profissionais, à variedade e
abrangência do seu campo de ação e, fundamentado nos Princípios da Formação Generalista, da Abrangência do Ecossistema, da Ação
Simultânea, da Extrapolação do Ciclo
Vital, além de outros, todos da Teoria
Sistêmico-Ecológica de Enfermagem, ao atuar tanto no estado de saúde como
na situação de doença, mediante ações predominante de natureza preventiva,
alicerçando suas atividades em fundamentos fisiológicos e ambientais
(Fisioecologia), agindo sempre consoante os princípios da teoria acima
referida, emerge então, o enfermeiro, como um dos principais
profissionais facilitadores e integradores do processo de trocas de matéria, energia e informações
entre o ser humano e o meio, no que tange às ações de
saúde.
Para facilitação
das referidas trocas, torna-se necessário que sejam efetuadas,
inicialmente, ações extracorpóreas
(exercidas extrapele), tais como a proteção de barreiras, a adequação
do ambiente e a seleção de aportes (seleção ambiental de matéria,
energia e informações a serem aportadas ao organismo):
Proteção de Barreiras: Refere-se às ações
exercidas sobre a superfície corporal e cavidades: áreas cutâneo-mucosas
(pele, boca, olhos, narinas, ânus, órgãos genitais e uretra) e fâneros.
Adequação do Ambiente: Corresponde a
todas as ações sobre o meio externo, objetivando torná-lo melhor e mais
confortável, protetor e sadio, possibilitando e facilitando as trocas
entre o sistema humano e o ambiente.
Seleção de
Aportes (Seleção Ambiental de Informações, Matéria e Energia, incluindo
Alimentos, Medicamentos e outros): A seleção de energia, informações e
substâncias a serem aportadas ao organismo, constituem um processo essencial
para a consecução e/ou manutenção de sua homeostasia e representa uma
etapa fundamental das Ações de Facilitação das Trocas
entre o organismo e o ambiente, cuja adequação, constitui condição essencial
para que ocorram convenientemente as Trocas Intracorpóreas (efetuadas Intra-pele) e que correspondem às
diferentes atividades fisiológicas (processos químicos, físicos e
físico-químicos) do nosso organismo, cuja descrição será efetuada, neste
trabalho, mediante a utilização de um sistema discursivo característico,
em consonância com os postulados da Teoria Geral dos Sistemas, da Cibernética,
da Teoria de Informações, da Fisiologia e da Ecologia (Fisioecologia),
sintetizados no Sistemismo Ecológico e na Teoria Sistêmico-Ecológica
de Enfermagem.
As Trocas
de Matéria Energia e Informações entre o sistema humano e o ambiente
(intercâmbios extracorpóreos) e, as trocas intracorpóreas (que se realizam
entre os órgãos, aparelhos e sistemas), correspondem à totalidade dos processos
fisiológicos que ocorrem no organismo, sendo mediadas por uma complexa rede ou
sistema de Trocas de Informações Extracorpóreas, isto é, ocorrem entre o organismo, como um todo, e o ambiente e, de Trocas de Informações Intrassistêmicas, como foi referido no Princípio anteriormente descrito.
Alguns aportes de matéria, energia e informações
ao nosso organismo são compulsórios, isto é, independem, muitas vezes, de nossa
consciência, de nossos sentimentos, de nossa vontade, de nossas decisões, de
nosso controle, em razão das circunstâncias ambientais (ambiente físico,
biológico, tecnológico e social, incluindo neste último os aspectos econômicos
e financeiros). Entretanto, é possível desenvolver esforços no sentido de
transformação e adaptação do ambiente às nossas reais necessidades e,
reciprocamente, bem como de nossa adaptação e transformação pessoal, com vistas
ajustarmos, o máximo possível, ao ambiente de natureza física, biológica,
tecnológica e social (a repetição é proposital), a fim de atingirmos o máximo
grau de higidez e de bem estar, permissível pelo nosso potencial genético e
condições ambientais vigentes.
Para
consecução deste propósito, é necessário selecionar e controlar,
ciberneticamente (mediante avaliação e reajustes contínuos), tanto quanto
possível, a maioria dos aportes de matéria, energia e informações ao
nosso organismo, pessoalmente e/ou através do concurso de familiares e agentes
facilitadores, consoante o Princípio de Seleção Ambiental dos Aportes
de Matéria, Energia e Informações.
Pela ótica
deste trabalho, as funções da consciência, o equilíbrio
hidro-eletrolítico e ácido-básico, o funcionamento cardio-respiratório, as
ações do sistema muscular, os controles através dos sistemas nervoso e
hormonal, além de outros mecanismos e demais funções do organismo, em suma,
todas as atividades metabólicas podem, ser compreendidos como processos
internos de trocas de matéria, energia e
informações, decorrentes de mecanismos de trocas de mensagens
intrassistêmicas, em seqüência e coordenadamente com o processo de
mensagens estabelecido entre o organismo, como um todo, e o ambiente (sistema
de vida de relação), objetivando a consecução da homeostasia do organismo total, mediante regulação por meio de
dispositivos automáticos ou cibernéticos (homeostáticos), tudo isto em
conseqüência de um projeto constante da programação genética, influenciada
pelas circunstâncias ambientais, pretéritas (históricas), presentes e
potenciais (Princípio Genético,
Histórico/Instantâneo).
Para que se atinja este funcionamento harmônico do organismo, ou
seja, sua homeostasia, há necessidade de permanente e adequado “intercâmbio de matéria, energia e
informações”, com o meio exterior, cujo favorecimento deve ocorrer
consoante o Princípio de Facilitação das
Trocas. Por outro lado, é necessário
que se promovam às Proteções de Barreiras e ocorram as Eliminações necessárias.
A aquisição ou aporte de matéria se processa pelas vias
digestivas, respiratórias (trocas gasosas: aquisição de O2 e
rejeição de CO.2), cutâneo/mucosas, podendo ocorrer também por
via parenteral, como no caso dos
procedimentos terapêuticos.
Ingerida (aporte), digerida, absorvida, conduzida
pelo sangue (transporte) pelo sangue e líquidos corporais, flui a
matéria (alimentos, medicamentos e venenos) até a nível de órgãos e, portanto,
de cada uma de suas células, onde ocorre a sua metabolização,
sendo rejeitados os catábolitos para o ambiente celular e, conduzidos pela
corrente circulatória (transporte) até aos locais de sua destruição ou
de eliminação.
Trocas de Matéria, Energia e Informações
entre a Célula e seu Ambiente: Cada uma das células, para bem desempenhar o
seu papel, necessita permanentemente de insumos (aporte celular), constituídos de alimentos, oxigênio, além de
produtos anabolizados no próprio organismo, os quais são conduzidos pelo sangue
(transporte), passam para o espaço extravascular, daí para o interior da
célula, onde sofrem transformações (metabolismo), rejeitando para o
espaço extracelular (ambiente celular) os seus resíduos ou catabólitos
e, no caso de células especializadas, também produtos do seu anabolismo
(secreções úteis), como hormônios ou enzimas. Na dependência das funções
digestivas, respiratória e circulatória, ocorrem as “trocas de matéria, energia e informações” entre o sistema célula
e seu ambiente, mediante o transporte e, aportes na
célula, processamento do metabolismo e rejeição dos produtos catabólicos (eliminações celulares), que são conduzidos pelo sistema
circulatório e/ou respiratório (transporte)
e lançados ao meio exterior (eliminações) através das vias
respiratórias, urinárias, glandulares, cutâneo-mucosas, cujo propósito é a
manutenção da homeostasia. Portanto, a célula, como unidade biológica,
considerada, por si só, um sistema, efetua constantes trocas de
matéria, energia e informações com o ambiente celular
(espaço intercelular). Após a metabolização das substâncias aportadas, os
catabólitos são lançados para o exterior das células e ambientes
contíguos, situados no organismo inteiro e, deste para o seu ambiente global
ou espaço extracorporal (eliminações), cujo prolongamento é o
restante do universo. No caso particular de o cliente apresentar uma
cianose, sabemos que tal é uma manifestação de um distúrbio de aporte de oxigênio (O2) à
nível celular (hipóxia) e/ou deficiência de eliminação de dióxido de carbono (CO2), o que constitui
a hipercapnia.
Aporte Celular de Matéria: As
substâncias conduzidas pelo sangue (transporte), transferem-se,
por difusão, através das paredes dos vasos capilares, para o líquido
extracelular, o qual fornece às células os nutrientes e outras substâncias exigidas para o seu funcionamento
normal (metabolismo). Do espaço extracelular,
para o interior da célula (aporte
celular), o transporte através da membrana, ocorre por dois
mecanismos: 1) difusão e 2) transporte ativo. A difusão corresponde
a um movimento aleatório de moléculas e íons de uma solução mais concentrada
para outra de menor concentração. Entretanto, algumas substâncias só conseguem
difundir-se através da membrana celular mediante um mecanismo designado difusão facilitada, pelo qual a
substância se combina primeiramente com uma proteína carreadora, na membrana
celular, o que torna a substância solúvel na membrana, permitindo sua difusão
até a face interna da membrana, onde será liberada para o interior da célula.
Outro mecanismo, completamente diferente,
o transporte ativo, é feito mediante um mecanismo químico,
específico da própria membrana, com consumo de energia e em oposição ao
gradiente de concentração, por isso designado “transporte montanha acima”.
Neste processo, a substância a ser transportada combina-se,
primeiramente, com uma proteína carreadora, como ocorre na difusão
facilitada e, a seguir, o conjunto difunde-se para a face interna da
membrana. Finalmente, a energia oriunda do ATP é empregada para separar,
a substância transportada, do elemento carreador (transportador).
Exemplo deste mecanismo é a bomba de sódio-potássio, que transporta íons
sódio para o exterior da célula (ambiente celular) e íons potássio para
o interior, logo, contra os respectivos gradientes de concentração. São,
também, transportados ativamente através das membranas celulares os íons
cloreto, cálcio, ferro e hidrogênio. A glicose e os aminoácidos são, também,
ativamente transportados, através da membrana de certas células, por um
mecanismo designado de co-transporte de sódio, um pouco diferente do
mecanismo de bomba do transporte ativo.
Metabolismo (Anabolismo e Catabolismo): É o conjunto de transformações
químicas que ocorrem no organismo, mais precisamente, reações que se passam no
interior das células individuais, componentes dos tecidos. O metabolismo
corporal é expresso pela intensidade ou velocidade com que a energia é
liberada através do metabolismo dos nutrientes em todo o organismo. Suas
funções são as de prover energia, resultante de mecanismos oxidativos celulares
(respiração celular) para a realização das atividades corporais, bem como, para
formar novas estruturas, tais como os ossos e o tecido nervoso e a síntese
proteica, incluindo a produção de enzimas e hormônios, constituindo, pois, a
base, não somente da provisão de energia, mas também, proporcionando o
crescimento do organismo devido ao aumento de tamanho e de número de células,
além da reparação das perdas. O metabolismo celular (atividades de
transformações no interior das células) está na dependência das trocas de
matéria, energia e informações intra-sistema humano, particularmente, entre a
célula e o ambiente celular.
Metabolismo Intermediário: Muitos
alimentos que aportam ao sangue, oriundos do tubo digestivo, podem ser
usados pelas células dos tecidos sem qualquer alteração complementar, mas
alguns tecidos têm necessidade de certas substâncias químicas que, normalmente
não se encontram nos alimentos. Para produzir estas substâncias, uma grande
parte de alimentos absorvidos passa por determinados órgãos, onde ocorre a sua
transformação nessas substâncias requeridas pelas células. Tal processo recebe
a designação de metabolismo intermediário. O fígado é um órgão adaptado
para o metabolismo intermediário e para o armazenamento. Pode
desdobrar as gorduras e as proteínas em moléculas menores, de maneira que as
células de outros tecidos possam utilizar como fonte de energia para a síntese
de substâncias específicas necessárias às células. O fígado forma, também,
produtos necessários à coagulação do sangue, ao transporte de gorduras, à
imunidade contra as infecções e a muitas outras finalidades. O fígado pode armazenar
grande quantidade de gorduras, carbohidratos (glicídios) e, mesmo, proteínas,
liberando-as, posteriormente, quando os tecidos assim o exigirem.
Aporte
de Energia Mecânica: Atinge o
organismo através dos Agentes Traumáticos Mecânicos, provocando lesões
traumáticas.
Apreensão
e Impulsão de Matéria: Efetua-se pela ação dos Membros Superiores e Inferiores.
Apreensão
e Fragmentação de Matéria:
Ocorre pela ação dos Membros Superiores e do Aparelho Dentário.
Aporte
de Matéria: (Alimentos, Medicamentos e Substâncias
Estranhas): Através da Cavidade Oral (Ingestão), Mucosas Oral, Nasal, Anal e, da
própria Pele (Absorção) e Via Transcutânea (Venosa e Intramuscular).
Aporte
de Alimentos (Ingestão): água, sais minerais e
substâncias orgânicas como proteínas, glicídios, lipídios e vitaminas,
destinados ao fornecimento de
matéria prima para a construção das células, síntese de hormônios e enzimas e,
liberação de energia para as atividades metabólicas e ambientais (ações sobre o
ambiente, entre as quais deambulação, trabalho e atividades de lazer).
Desdobramentos
de Alimentos (Digestão): 1) Processos Mecânicos (Mastigação,
Deglutição e Movimentos Peristálticos) e 2) Processos
Químicos (Hidrólises).
Desdobramento
de Alimentos Mediante Processos Mecânicos: Compreende a mastigação, a
deglutição (ato de engolir e os movimentos peristálticos). Na mastigação,
o alimento é convenientemente fragmentado, o que faz aumentar a superfície das
partículas alimentares ingeridas, facilitando a ação enzimática. Após a deglutição
de o bolo alimentar, têm início os movimentos peristálticos, graças á
ação da musculatura lisa e involuntária, existente no esôfago, no estômago
e no intestino. Este conjunto de movimentos facilita o fluxo
unidirecional do alimento ao longo do tubo digestivo.
Deslocamento
dos Alimentos no Tubo Digestivo (Transporte): O alimento, após passar pela boca, é
propelido, por meio do esôfago, para o estômago e, em seguida
pelos intestinos delgado e grosso, antes de ser esvaziado pelo ânus.
Durante seu trajeto através do tubo digestivo sofre a ação das enzimas
digestivas, a quais são secretadas pelas glândulas gastrointestinais,
desdobrando os alimentos em substâncias químicas simples (nutrientes), capazes
de serem absorvidas pela parede intestinal, aportando ao sangue circulante.
Desdobramento
dos Alimentos por Processos Químicos (Digestão): Envolvem a participação de enzimas hidrolíticas
(do grego hidro = água e lise
= quebra, ruptura). Estas enzimas utilizam-se de água para promover
a transformação de grandes moléculas em outras menores, capazes de serem
absorvidas pelas superfícies da cavidade digestiva e penetrar na corrente
sangüínea. Certas substâncias, como a água, o álcool, as vitaminas e os sais
minerais, porque suas moléculas são suficientemente pequenas para serem
absorvidas pelo organismo sem a ação das enzimas hidrolíticas, não sofrem o
processo de hidrólise (dupla decomposição efetuada pela água).
Secreções Produzidas pelas Glândulas Exócrinas - Enzimas
(Biocatalizadores): - 1) Glândulas
Salivares (Parótidas, Submaxilares e Sublinguais) - Produzem a saliva que, além de enzimas (biocatalizadores),
contém muco. 2) Secreção Gástrica (Suco Gástrico): contendo enzimas (a
principal é a pepsina que é uma protease, desdobrando as proteínas em frações
peptídicas) e ácido clorídrico. A digestão
no intestino delgado se realiza mediante a ação conjunta de três sucos digestivos:
biliar, pancreático e entérico. 3) Secreção Pancreática - Suco
Pancreático (enquanto glândula de secreção externa, o pâncreas produz): a) tripsina
(protease) - desdobra proteínas a frações peptídicas. b) amilopsina
(amilase) - (desdobra o amido em maltoses). c) lípases - desdobram os
lipídios em ácidos graxos e glicerol, 4) - Secreção
Entérica (suco entérico, produzido pela mucosa intestinal, estimulada pela
secretina e, possivelmente por outro hormônio da mucosa intestinal - a enterocrinina,
contendo quatro principais enzimas): a) peptidases - Reduz as frações
peptídicas em aminoácidos, b) maltases - Reduz as maltoses a glicose, c)
lactases - Desdobra a lactose a glicose + galactose, d) sucrases -
desdobra a sacarose em glicose +
frutose, - Secreções Biliares (bílis,
a qual não contem enzimas, mas sais biliares):
tauracolato e glicolato de sódio que têm por funções: a)
emulsionar os lipídios, facilitando a função das lípases pancreáticas e
contribuindo para a digestão lipídica, b) tornar solúveis os produtos da
digestão lipídica, ou sejam, ácidos
graxos e gliceróis, possibilitando a sua absorção pela mucosa
intestinal.
Transporte
de Alimentos (Participam deste
processo os Sistemas Digestivo, Circulatório e Linfático): 1) Deslocamentos (progressão) no Tubo Digestivo: Deglutição e Movimentos Peristálticos, 2) Absorção Intestinal (por difusão): Sistema
Circulatório e Linfático.
Absorção Intestinal
de Nutrientes (por difusão):
Glicose, Ácidos Graxos, Aminoácidos,
Sais Minerais e Vitaminas.
Absorção
de Medicamentos e Venenos: 1)
- Mucosas (oral, intestinal e anal), por difusão e 2) - Via Parenteral (Transcutânea: intramuscular e
intravenosa).
Transporte
de Matéria e Energia em Geral - Através dos Sistemas Circulatório, Respiratório
e Linfático: Nutrientes, O2,
CO2, Resíduos Celulares, Medicamentos, Corpos Estranhos e outros.
Transporte
em Geral - Sistema
Circulatório: Coração (Bomba), Artérias, Veias e Vasos Capilares (Condutores de
Sangue, Linfa e Matérias por estes
veiculadas).
Transporte
e Distribuição de Nutrientes: Sistemas
Circulatório e Linfático.
Aporte
Celular de Nutrientes: Por difusão,
saem dos capilares sangüíneos para o líquido extracelular e deste passam para o
interior das células por difusão, transporte facilitado e transporte ativo -
glicose, ácidos graxos e os
aminoácidos, sais minerais e vitaminas, - constituindo os ingredientes para as
atividades anabólicas ou sínteses celulares (produção de enzimas, hormônios) e,
para a própria construção física das células (corpo celular).
Em resumo, o acesso de alimentos se efetua através da cavidade oral
(aporte), percorre o tubo digestivo
(transporte), é digerido (digestão), absorvido (aporte no sangue) e conduzido pelo
sangue arterial (transporte), da
mesma forma que conduz o oxigênio, até a intimidade celular (aporte celular) e, no caso específico
da glicose, para participar da reação de respiração celular, (catabolismo ou metabolismo destrutor),
liberando energia para manutenção da temperatura corporal, para os trabalhos da
própria célula e para as demais atividades do organismo e ações sobre o
ambiente (trabalho mecânico e intelectual).
Armazenamento Energético: Glicogênio, Tecido Adiposo e Muscular e Moléculas de ATP
(Trifosfato de adenosina).
Sistema
Auxiliar de Transporte - O Sistema Linfático é um sistema circulatório adicional e
especial, constituído pela linfa, vasos linfáticos e por órgãos linfáticos como
o baço, o timo e os gânglios linfáticos, tendo como função
auxiliar a circulação sangüínea, coletando e distribuindo ácidos graxos
e gliceróis, absorvidos no intestino, removendo o excesso de líquido
intercelular, exsudado dos vasos sangüíneos, com o objetivo de prevenir edemas.
(Vide Filtração e Remoção de Impurezas).
Transporte
de Resíduos Celulares: Circulação
sangüínea e linfática.
Filtração e Remoção de Impurezas: O sistema
linfático contribui para a
defesa do organismo, mediante a produção de anticorpos e linfócitos. A linfa,
circulando pelos vasos linfáticos, ao passar através dos gânglios linfáticos e
por processo semelhante ao da filtração, extrai a maior parte das grandes
partículas e, onde as bactérias são engolfadas e digeridas por um tipo especial
de células - as células reticuloendoteliais.
Aporte de O2 - Através das
fossas nasais: narinas e coanas (no caso desta, através da cavidade oral =
respiração bucal).
Transporte
de O2: Mediante as
ações dos músculos respiratórios (diafragma e intercostais externos), os quais
tem sua atividade regulada pelo centro respiratório, situado no bulbo, o O2
é conduzido pela inspiração, a partir das vias aéreas superiores
até aos alvéolos pulmonares e, por difusão
(absorção), atravessa a membrana respiratória (membrana pulmonar) e as
paredes dos capilares, penetra nestes, promovendo a oxigenação do sangue,
transformando-o de sangue venoso (pobre em O2) em sangue arterial
(rico em O2), constituindo o fenômeno da hematose.
Aporte
Sangüíneo, Transporte e Distribuição de O2: No sangue, a maioria do O2 penetra
no interior das hemácias, por difusão, combinando-se com moléculas de
hemoglobina para formar a oxihemoglobina, a qual é conduzida (pela circulação), a todas as células
vivas do organismo.
Aporte
Celular de O2: Ao
chegar aos tecidos, o O2 se desliga da hemoglobina e, por difusão (perfusão celular) passa para o interior
das células vivas, onde vai participar do processo respiratório
propriamente dito (respiração celular), o qual
corresponde à oxidação (combustão) da glicose, catalisada por enzimas
e com liberação de energia, utilizada para a formação de ATP (Adenosina
Trifosfato) e de subprodutos: H2O e CO2.
Destarte, o oxigênio (contido no ar
atmosférico) penetra pelas vias aéreas superiores (aporte), sendo transportado, através da inspiração, até atingir os
alvéolos pulmonares (transporte),
atravessando (difusão), as paredes
dos alvéolos pulmonares e, também por difusão, penetra nos vasos
capilares, onde se combina com a hemoglobina, formando a oxihemoglobina (hematose),
é veiculado pelo sangue, através das artérias até o nível dos vasos capilares,
difundindo-se para o espaço intercelular
(transporte), daí, ainda por
difusão, penetra na intimidade das células (aporte celular), juntamente com nutrientes e outras substâncias,
também transportadas pelo sangue e necessárias ao metabolismo celular.
Aporte de Energia no Organismo: O
aporte de energia ao organismo ocorre sob as várias modalidades
conhecidas, como a calorífica, a acústica, a luminosa, a mecânica (agentes
traumáticos e o toque) e todos os tipos de radiações, acompanhadas ou não
de partículas (matéria), mas também chega ao corpo, contida nas ligações
átomo-moleculares das substâncias orgânicas, sob forma de nutrientes (energia
química) e que são transformadas em energia calorífica, elétrica, mecânica
e magnética.
Aporte de Matéria Estranha: l) Corpos Estranhos, 2) Substâncias Químicas Estranhas: a)
Venenos e b) Material Peçonhento.
Aporte de Agentes
Biológicos: l)
Infecciosos: Invasão do organismo por
Microorganismos (Infecções), 2) - Parasitários:
Invasão o organismo por Parasitos (Infestação).
Extração de Energia dos
Nutrientes - A maior parte da energia para
as atividades do organismo é extraída de nutrientes energéticos, sendo liberada
através da oxidação ou combustão (respiração celular), o que ocorre na
intimidade das mitocôndrias, organela celular situada no citoplasma. Os principais
nutrientes dos quais as células extraem a energia são o oxigênio e um ou
mais tipos de alimentos. Os alimentos (glicose, ácidos graxos e aminoácidos),
transportados pelo sangue, penetram na célula e, no seu interior, reagem
quimicamente com o oxigênio, sob a ação catalítica de várias enzimas que
controlam a velocidade e a intensidade dessas reações. A energia
liberada dos nutrientes é usada para a síntese da Adenosina Trifosfato e
canalizada para um fim adequado, tais como: a) transporte de substâncias
através da membrana celular, como o transporte de potássio para fora das
células e de sódio para o interior (bomba de sódio e potássio), b) síntese de proteínas e outras
substâncias intracelulares, como fosfolipídios, colesterol e muitas outras, c)
contração muscular, promotora de todos os movimentos corporais.
Formação do Trifosfato de
Adenosina (ATP): O ATP é um nucleotídeo, formado
pela base nitrogenada adenina, o glicídio (pentose ribose) e três radicais fosfatos, sendo que os dois últimos são
presos ao restante da molécula por ligações fosfatos de alta energia,
representadas pelo símbolo ~. Cada uma destas ligações armazena cerca de 8.000
calorias por mol de ATP, a qual é extremamente lábil, podendo ser quebrada
instantaneamente, quando houver necessidade de energia para a concretização de
outras reações celulares.
Ressalvados os casos de respiração anaeróbica (quando há
deficiência de oxigênio), a energia, agora contida nas moléculas de ATP
destina-se, pois, a atender a todas as atividades das células e, portanto do
organismo inteiro.
A respiração celular,
formadora de ATP, se processa segundo a seguinte reação simplificada:
![]() |
C6H12O6 + O2 ® CO2+ H2O + ENERGIA
$
enzimas
Em caso de
necessidade, pequena quantidade de glicose pode ser catabolizada, sem a
participação do oxigênio, constituindo a respiração anaeróbica, cujo subproduto
é o ácido láctico.
Não se abordou aqui a extração de energia e
conseqüente formação de ATP a partir dos lipídios (ácidos graxos) e das
proteínas (aminoácidos), processos que ocorrem, paralela e complementarmente,
ao metabolismo dos glicídios, no que se
refere a liberação de energia.
Produção
Endógena de CO2 -
Nas células vivas, o dióxido de carbono (CO2) é produzido continuamente, como
produto residual (subproduto) da reação de respiração celular (combustão da
glicose), reação produtora de energia,
referida acima, resultando num fluxo constante do mesmo do interior das
células para o sangue, percorrendo um trajeto inverso ao descrito para o
oxigênio.
Transporte
de CO2 - Difunde-se
das células vivas para o espaço intercelular, daí para os vasos capilares,
diluindo-se no plasma sangüíneo e daí para o interior das hemácias, onde forma
bicarbonato, o qual, por difusão retorna ao plasma, constituindo esta a
principal forma de transporte dessa substância. Enquanto o O2 é
conduzido, sobretudo pelas hemácias, sob a forma de oxihemoglobina, o CO2
é transportado através do plasma sangüíneo, principalmente na forma de
bicarbonatos. Entretanto, parte do CO2 combina-se com a hemoglobina,
formando a carboemoglobina, e, outra parte, é dissolvida no plasma, sendo por
este conduzido até aos pulmões (transporte).Nos
pulmões as reações descritas para o O2 ocorrem no sentido inverso,
com a formação de CO2 e por difusão passa para o ar alveolar, de
onde, mediante a expiração (transporte) segue pelos bronquíolos,
brônquios, traquéia e faringe, de onde passa para as fossas nasais para ser
eliminado.
Eliminação
de CO2 - É
realizada através do aparelho respiratório (Expiração). O dióxido de carbono,
ao atingir as fossas nasais é, pelas narinas e, eventualmente, através da boca
(passando pelas coanas), lançado ao meio exterior (eliminação), o que corresponde à etapa terminal da expiração.
Regurgitação Alimentar: Vômitos.
Neutralização de Sustâncias Tóxicas (No Fígado) - Ciclo da Ornitina: Transformação da
muito tóxica amônia em uréia, a qual é menos tóxica.
Eliminações:
O
somatório dos produtos catabólicos celulares, os sobejos do processo digestivo
(substâncias não digeridas ou não absorvidas), as matérias não metabolizáveis,
estranhas ou nocivas aos processos metabólicos, ou ainda, introduzidas em
excesso no organismo e capazes de alterar as diversas constantes físicas ou
químicas do sistema humano, devendo ser rejeitadas (Eliminações) através das
vias digestivas, respiratórias, urinárias e cutâneo-mucosas, sob a ação de
forças negentrópicas, mediante mecanismos homeostáticos (Integração, Regulação
e Controle), as quais buscam, a todo transe, manter ou restaurar a higidez, a
constância de composição (Homeostasia), cujos desvios constituem os estados
patológicos ou situações com constantes diferenciadas, tal como acontece na
senectude.
Aporte
Exógeno de Energia Calórica:
Oriunda do meio exterior, a energia contida nas ligações
átomo-moleculares dos nutrientes é liberada através da respiração celular,
podendo, excepcionalmente, penetrar no organismo por toda a superfície
corporal, quando a temperatura ambiental é maior que a temperatura interna
(insolação e intermação).
Produção
Endógena de Energia Calórica - O
metabolismo corporal é a expressão da intensidade ou velocidade com que
a energia é liberada pelo metabolismo dos nutrientes no interior do
organismo, mediante o processo de respiração celular (combustão), que em
condições de estrito repouso é designado metabolismo
basal (60 a 70 calorias por hora), o necessário para a manutenção da
constância da temperatura corporal e das demais atividades fisiológicas, em
nível mínimo, podendo aumentar em até 20 vezes durante o exercício acentuado,
capaz de aumentar o metabolismo de forma mais intensa que qualquer outro tipo
de estímulo, como: l) - a estimulação simpática (aumenta duas vezes), 2)
- o efeito do hormônio tireoidiano, aumenta cerca de duas vezes e 3) - a
febre (pirexia ou hipertermia), aumenta cerca de duas vezes para cada
elevação de 8o C da temperatura corporal. Eventualmente, toda a
energia liberada pelos nutrientes é transformada em calor, exceto em condições
muito especiais, incluindo a maior parte da energia que promove a contração
muscular é transformada em calor, em conseqüência do atrito das articulações,
da viscosidade do movimento do próprio músculo. É este calor que conserva o
corpo aquecido.
Transferência
de Energia do Corpo para outro Sistema (exceto
perdas calóricas): Trabalho
Muscular e Atividades Intelectuais, os quais correspondem à transferência de
energia (Negentropia) do corpo de uma pessoa ou de um grupo para outra(s)
pessoa(s) e/ou para o ambiente.
Transporte de Energia Calórica: É
transportada pelos fluidos circulantes e,
segundo os Princípios da Termodinâmica, por toda a massa corporal.
Controle
(Regulação) do Equilíbrio Térmico: A temperatura Corporal é controlada,
de modo preciso, mediante o equilíbrio entre a intensidade da perda de
calor e a intensidade da produção de calor. O controle da temperatura, pela
regulação, tanto da perda como da produção do calor é feita pelos centros nervosos hipotalâmicos, chamados
de termostato hipotalâmico. Os
centros do hipotálamo anterior são diretamente responsivos à temperatura do
sangue, ficando gradativamente mais ativos com o aumento da temperatura
sanguínea, e menos ativos, quando esta diminui. Essas áreas, por sua vez,
regulam a temperatura corporal. Quando a temperatura corporal aumenta acima da
temperatura normal de 37oC, a
intensidade da perda de calor fica maior que a da produção de calor.
Inversamente, no caso de temperaturas abaixo desse limite normal, o termostato hipotalâmico reduz
ciberneticamente a perda de calor e aumenta a sua produção. Basicamente, tal
mecanismo controla: 1) Intensidade do fluxo sanguíneo pela pele, o que
regula o calor pela pele, 2) a sudorese, o que resfria o corpo, 3) controla os
calafrios, o que aumenta de muito a produção de calor, 4) a secreção de
norepinefrina e de epinefrina pelas medulas supra-renais, 5) controla a
secreção de hormônio tireoidiano, com efeito direto sobre a produção de calor
por todas as células do corpo.
Transferência
ou Eliminação de Energia Calórica: A temperatura corporal é controlada, de modo preciso, pelo equilíbrio
entre a intensidade da perda de calor e a intensidade da produção de calor. O calor produzido no corpo precisa ser
continuamente eliminado, pois se tal não ocorresse, a temperatura aumentaria
contínua e indefinidamente. O corpo perde calor, cedendo ou
transferindo-o ao ambiente (trocas de energia) através de toda a
superfície corporal, por três mecanismos: l) por radiação, 2) por
condução para o ar e para os objetos sólidos e, 3) por evaporação da água dos
pulmões e pela pele, especialmente através do suor, tanto mais quanto a
evaporação do suor é uma reação endotérmica.
Eliminação
de Excesso de Tecido Adiposo:
Atividade Muscular Intensa, Exercícios Físicos e Dieta Hipocalórica.
Trocas
de Matéria, Energia e Informações Via Transplacentária: Nutrição, Respiração, Excreção e outras
Atividades Fetais - A mãe fornece nutrientes, incluindo o oxigênio, para o
crescimento do feto, através da placenta
(estrutura fibrosa fixada à parede interna do útero), por onde flui o
sangue fetal, oriundo do feto. Os nutrientes se difundem do sangue
materno para o sangue fetal, através da membrana da placenta, a qual se
assemelha à membrana do sistema respiratório. Por idêntico mecanismo, os
produtos de excreção do feto, passam para o sangue materno. Assim, o feto
é nutrido e elimina seus produtos de excreção, efetuando, um trajeto de dupla
via que corresponde a um sistema de trocas matéria, energia e informações
através do sangue materno, pelo período de nove meses, até que se torne capaz
de se manter vivo no meio exterior, quando é expelido pelo útero materno.
Rejeições
Celulares: CO2 e
outros catabólitos são lançados, através da membrana celular, no espaço intercelular
(ambiente celular).
Remoção
do Excesso de Líquido Intercelular Exsudado dos Capilares Sangüíneos -
Filtração e Remoção de Impurezas: Circulação Linfática e um sistema Auxiliar da Circulação Sangüínea. O
Sistema Linfáticoé constituído de: Linfa, Vasos Linfáticos e Órgãos Linfóides (Baço, Timo).
Perdas
Sangüíneas: Hemorragias, em todas as suas formas, incluindo hemoptise, hematêmese,
melena, metrorragia e outras.
Regurgitação
alimentar: Vômitos.
Eliminações: O somatório dos produtos catabólicos celulares
ou excesso de substância introduzidas no organismo, que provocam a alteração
das diversas constantes do sistema humano, devem ser rejeitadas (Eliminações) pelas vias digestivas,
respiratórias, urinárias e cutâneo-mucosas, sob a ação de forças negentrópicas
e de mecanismos homeostáticos (Controle,
Integração e Regulação), que
buscam, a todo transe, manter a higidez, a constância de composição do
organismo (Homeostasia), cujos desvios constituem os estados patológicos ou,
possuem constantes diferenciadas, como
na senectude.
Eliminações
de Secreções (Fisiológicas e Patológicas): Respiratórias, Salivares, Sudoríparas,
Uretrais, Vaginais e outras, bem como resultantes de quaisquer processos
inflamatórios. Estas eliminações se
processam através das glândulas exócrinas (salivares, sebáceas, sudoríparas),
além das secreções pulmonares, do aparelho urogenital ou mediante vômitos,
excreção de fezes, urina e outros.
Filtração
Sangüínea: Rins - As principais funções dos rins são: 1) remoção
e rejeição de produtos finais do metabolismo, os quais devem ser eliminados
(resíduos celulares), sob a forma de uréia, acido úrico, creatinina, fosfatos,
sulfatos, excesso de ácidos e outros, 2) controle das concentrações
da maior parte das substâncias iônicas no líquido extracelular, inclusive de
íons como: o íon sódio (NA+), o íon potássio (K+) e o íon
hidrogênio (H+), 3) reabsorção tubular dos
constituintes necessários ao organismo: nutrientes, entre os quais a glicose,
os aminoácidos, a água e a maior parte de íons, principalmente o íon (NA+), 4) regulação osmótica (equilíbrio hidro-salino) e
ácido-básico dos fluidos corporais, equivalendo a dizer, da homeostasia. O filtrado
glomerular, que chega à cápsula de Bowman, é um ultrafiltrado do plasma
que passa para o sistema tubular, onde diariamente chega cerca de 180 litros
desse filtrado, sendo quase totalmente reabsorvido para o sangue, exceto cerca
de pouco mais de um litro que passa para a pelve renal, constituindo a urina.
Transporte
da Excreção Renal (Urina): Através dos ureteres chega à bexiga urinária (reservatório temporário de urina)
e, na realidade situado “exteriormente” ao organismo
Transporte
Urinário: A urina formada pelos néfrons é vazada (trocas de matéria
entre o interior do organismo e o seu exterior), por meio de canais (ou tubos
coletores), na pelve renal, pois estas estruturas, como a bexiga
urinária, embora situadas virtualmente no interior do organismo,
constituem, na realidade, espaços exteriores ao mesmo, uma vez que possuem
abertura (uretra e esfíncter uretral externo) que as comunica diretamente (sem
a interposição de qualquer estrutura) com o exterior do organismo (ambiente).
Desse ponto, mediante fortes contrações peristálticas do ureter, a urina
é propelida (transporte de matéria) para a bexiga urinária (depósito
temporário), mesmo quando a pressão, no seu interior, esteja muita elevada.
Depósito
de Urina: Bexiga urinária,
virtualmente situado no interior do organismo, mas na realidade,
“externamente”, pois possui abertura que se comunica diretamente com o exterior
do organismo.
Eliminação
de Urina: Da bexiga, a
urina é transportada pela uretra e lançada no meio ambiente. O
esvaziamento da bexiga, pelo transporte da urina pela uretra até
o meio exterior, é o processo da micção.
Quando a bexiga se torna demasiamente cheia, os receptores
neurais (interoceptores) de estiramento, situados na parede desse órgão,
são excitados e sinais neurais (informações) são transmitidos
(transporte) para a extremidade caudal da medula espinhal (destinatária de
mensagem). Desse ponto, sinais reflexos (mensagem), retornam para a
parede da bexiga, fazendo com que esta se contraia (reflexo da micção),
o que força a urina a passar para o orifício da uretra, através da qual
é conduzida (transportada) até o exterior. Se tal ocorre em momento
adequado para que a pessoa possa urinar, ela, de modo voluntário, relaxa o esfíncter
uretral externo, o que permite a ejeção da urina (Eliminação).
Depósito de Resíduos Intestinais: Intestino Grosso.
Eliminação de Resíduos Intestinais (Fezes): Ocorre através do ânus.
Promoção da Saúde,
Prevenção, Diagnóstico Precoce, Limitação de Danos e Restauração da
Homeostasia: Além da integridade de todas as funções do organismo, há necessidade de
outros fatores, como a manutenção da constância de composição do meio interno
(constantes químicas) e das constantes físicas para que a fisiologia celular,
organísmica e geral venha a se processar sem contratempos,
assegurando a homeostasia do
organismo como um todo, a qual corresponde, assim, ao somatório de todos os processos
homeostáticos (ou cibernéticos) parciais (das células, dos tecidos, dos
órgãos e dos sistemas), comandados por inúmeros dispositivos cibernéticos
(mecanismos de controle automático), na dependência de uma complexa rede de informações
(programadas pelo código genético) e mediadas por matéria e energia e informações,as quais são expressas pela concentração de substâncias, como o
teor de glicose e hormônios no sangue, osmolalidade, temperatura, pressão, pH,
aporte de energia luminosa (fenômeno da visão), acústica, eletricidade
cardíaca, trocas térmicas e outras. Todas as necessidades do organismo
objetivam, pois, assegurar o equilíbrio (homeostasia)
do sistema de trocas de matéria, energia
e informações, entre o referido organismo e o ecossistema.
A matéria, independentemente de seus próprios átomos
constituírem um condensado de energia (esta não utilizável nos
organismos vivos), as substâncias compostas armazenam energia, em suas
ligações átomo-moleculares, podendo liberá-la, através da respiração celular
(oxidação ou combustão), para utilização nas diversas atividades do organismo.
A satisfação das necessidades básicas, mediante a adequação dos
intercâmbios de matéria, energia e
informações com o meio externo (ambiente), visa a consecução da harmonia de
todas as atividades do organismo (homeostasia) e dos seus efeitos.
À medida que o homem vai incorporando as informações
recebidas, adicionadas às já contidas no código genético, vai alterando
o seu "patrimônio" comportamental, reformulando-o e reajustando
(“feedback”), em acorde com a quantidade e qualidade dessas informações
(processo comunicativo), o que, na verdade, irá influenciar suas decisões
e afetar sua maneira de ser, sua personalidade, seu comportamento e seu
desempenho.
As ações desenvolvidas por uma pessoa dependem do seu
comportamento, o qual decorre, geralmente, do seu estado fisiológico (nível de
homeostasia) que, por sua vez, resulta da sua consciência, porque esta
influencia, em grande parte, as trocas de matéria, energia e informações
que se processam no seu organismo, sobretudo aquelas que podem ser controladas
pelas ações conscientes.
Obviamente em função do seu patrimônio genético e do
"back-ground" da pessoa (efeitos cumulativos das trocas de matéria, energia e informações ao longo do processo
vital) e das condições ambientais pretéritas e presentes, serão orientadas
as novas
trocas, que influenciarão as condições homeostáticas em cada
instante da vida e, portanto, entre outras o estado de saúde ou de
doença do indivíduo, no momento
considerado.
Todos os seres vivos, além das informações contidas no seu
código genético, acrescidas daquelas coletadas por uma complexa rede de informações,
existente em todas as partes do organismo, construída mediante as instruções do
próprio código genético, coletam informes do ambiente (aportes), através
de diversos órgãos e mecanismos, a fim de se situar adequadamente nesse ambiente.
Estas informações constituirão estímulos que, por sua vez, ensejarão a
emissão de respostas conscientes ou inconscientes. Tanto as informações quanto
as respostas correspondentes são mediadas por matéria, energia e/ou informações. Em decorrência de sua adequação
ou inadequação, esse conjunto de trocas poderá contribuir para a perfeita
realização de todas as funções do organismo, tanto da vida vegetativa como da
vida de relação, enfim, para a homeostasia total do organismo ou, ou ao
reverso, para dificultá-la, podendo atingir um nível de desvio da
homeostasia, o que constitui a doença.
De certo modo,
a maioria das espécies animais dispõe de mecanismos de trocas de informações
com o ambiente, adequados ao seu modo de vida, ainda que, em organismos
inferiores, tal fenômeno ocorra apenas de maneira rudimentar.
O homem passa a
maior parte do seu tempo em atividades comunicativas e, desta forma, o sucesso
ou o fracasso de cada um, o seu estado de saúde ou de doença está, em grande
parte, na dependência da coleta e processamento de informações e das respostas
aos estímulos informacionais, decorrentes tanto de mecanismos genéticos
como de condicionamentos por processos culturais.
Para a
introdução de determinada matéria no organismo (substância), quer com fins
nutritivos, quer com objetivos terapêuticos, é conveniente conhecimentos
relativos à estrutura,
composição e ao metabolismo das espécies químicas introduzidas.
O conhecimento destes princípios facilita, enormemente, os
procedimentos nutricionais, pois a utilização de substâncias, em qualidade e
proporções adequadas, favorece os mecanismos homeostáticos ou cibernéticos
do organismo, que desta forma, não precisarão se esforçar tanto para reparar as
agressões ao organismo (efetuadas através de alimentos, medicamentos, bebidas
ou substâncias tóxicas ou impróprias), capazes de alterar sua constância de
composição ou homeostasia, a qual deve ser preservada ou restaurada, a
qualquer custo.
As trocas de informações, como já sabemos,
não se processam apenas entre o sistema
humano e o ecossistema, mas também intra-sistema humano
(intra-somático).
Os diferentes subsistemas do organismo,
mediante mecanismos neurais, hormonais, enzimáticos, térmicos, químicos,
pressóricos, elétricos e outros, trocam informações entre si, no sentido
do desencadeamento de cada uma de suas ações reguladoras ou homeostáticas,
isto é cibernéticas.
As relações
com o ambiente são estabelecidas pelo sistema de vida de relação. Este
sistema é integrado pelo Aparelho Locomotor, órgãos da Visão, Audição, Fonação, por Receptores Cutâneos de Informações:
(dor, tato, pressão, calor, frio, odor e paladar), pela linguagem articulada,
apanágio da espécie humana, pela comunicação escrita, pelas expressões
corporais e, através da utilização de variados instrumentos de comunicações.
Conclusões: Como
se depreende do que foi exposto, o Pensamento Sistêmico-Ecológico (Sistemismo Ecológico), assim como a Teoria Sistêmico-Ecológica de Enfermagem, além de utilizar os conceitos, idéias e
princípios da Teoria Geral dos Sistemas, da Cibernética e da Teoria
de Informações, se apóiam, sempre e enfaticamente, na Fisiologia e na Ecologia, cuja junção
constitui a Fisioecologia, podendo,
tudo ser resumido pelo conceito de “trocas
de matéria, energia e informações” entre o sistema humano e o ambiente
e, da mesma forma, pelas trocas efetuadas no interior do organismo, entre
células, órgãos, aparelhos e sistemas, consoante o princípio de “Trocas de informações Intra Sistema
Humano.”
Destarte, as ações dos profissionais de saúde e de
enfermagem constituem-se, na verdade, em procedimentos capazes de facilitar e/ou integrar essas trocas
entre o organismo e seu meio externo, porém, necessitando inicialmente, efetuar
Ações extracorpóreas como as de Adequação do Ambiente (todas as ações
sobre o meio externo, objetivando torná-lo melhor e mais confortável, protetor
e sadio, possibilitando e facilitando o sistema de intercâmbio entre o
organismo e o ambiente) e as de Proteção
de Barreiras: (Atuação sobre as Áreas Cutâneo-Mucosas, Cavidades e
Fâneros), além da Seleção de Aportes ao organismo (ingresso de informações,
energia e matéria, incluindo Nutrientes e Medicamentos).
Os aportes ao organismo devem ocorrer
em consonância com as características e condições do mecanismo de Trocas Intracorpóreas (atuação
objetivando reflexos positivos sobre o meio interno), considerando-se de per
si, cada uma das funções (fisiologia) do
organismo, bem como objetivando a facilitação de todas as Rejeições ou Eliminações de produtos indesejáveis, o que sintetiza,
perfeitamente, o sistema de “Trocas de
Matéria, Energia e Informações”, que ocorre, sempre, no organismo humano,
como entre qualquer sistema e o seu ambiente.
O fato de se preconizar a coleta dados e a atuação, sempre e
simultaneamente, sobre o organismo e o ambiente, é que caracteriza o Pensamento
Sistêmico Ecológico (Sistemismo
Ecológico) e a Teoria
Sistêmico-Ecológica de Enfermagem,
constituindo o primeiro um referencial aplicável a qualquer setor das
atividades humanas, enquanto a segunda, um corresponde a um paradigma
específico para a enfermagem. Eliminações: O somatório dos produtos catabólicos celulares, os sobejos do processo digestivo (substâncias não digeridas ou não absorvidas), as matérias não metabolizáveis, estranhas ou nocivas aos processos metabólicos, ou ainda, introduzidas em excesso no organismo e capazes de alterar as diversas constantes físicas ou químicas do sistema humano, devendo ser rejeitadas (Eliminações) através das vias digestivas, respiratórias, urinárias e cutâneo-mucosas, sob a ação de forças negentrópicas, mediante mecanismos homeostáticos (Integração, Regulação e Controle), as quais buscam, a todo transe, manter ou restaurar a higidez, a constância de composição (Homeostasia), cujos desvios constituem os estados patológicos ou situações com constantes diferenciadas, tal como acontece na senectude.