domingo, 22 de novembro de 2009

As Aplicações Psicossomáticas da Cibernética (*Roque Theophilo)

Freud, demonstrou perplexidade do relacionamento entre os fatos da vida psíquica e os da vida orgânica ao dizer «Aquele misterioso salto da mente para o corpo».Ao se deparar com traumas emocionais na qual os pacientes sofriam os desencadeamentos de sintomas físicos (paralisia, surdez, cegueira etc.) esteve diante de um episódio psicossomático.

Em 1923,escrevia a Viktor von Wrizsaker, que ele tinha consciência da existência de fatores psicogênicos nas doenças, mas desejava ver os psicanalistas limitarem-se, por razões de aprendizado à pesquisa no domínio das neuroses.

Na Filosofia encontramos estudos a respeito das interações corpo-alma, ou soma-psique. Daí a origem da palavra Psicossomática que deriva do grego (psyche + soma).

Aristóteles (384-322 a.C.), que exerceu grande influência na cultura ocidental, atribuía ao coração a função de centro da atividade mental, daí gerando o fato que por muito tempo o coração foi o designativo dos estados emocionais.

Exemplos: O estresse pós traumático era definido como coração esgotado, os grandes acidentes mecânicos comuns no advento da era industrial tais como desastres ferroviários que deixavam suas vitimas traumatizadas, recebiam o nome de coração de ferroviário, o medo era designado por coração irritadiço, a ansiedade era denominada de coração nervoso, e os traumas do após guerra eram apelidados de coração de soldado.

O termo psyche foi por muito tempo o designativo de alma ou mente.

Descartes(1596-1650) influente pensador admitia o dualismo, isto é a atividade mental dependendo da alma, enquanto o cérebro seria importante para o trabalho mecânico, e responsável pelo comportamento dos animais que não tinham alma. Era pois regente dos comportamentos mais simples do ser humano.

A alma para Descartes estava localizada na glândula pineal, e atuaria sobre o cérebro, dirigindo-o. No século XIX são poucas as referências ao termo «psicossomático» Em 1876 Maudsley em «The physiology of mind»escreveu«Se a emoção não se libera ela vai agarrar-se aos órgãos, perturbando o seu funcionamento».

Ainda no século XIX, o positivismo e o materialismo, assim como o neopositivismo, em suas diferentes formas e derivações, acentuam novamente a unidade do homem.

Aliás, aqui cabe uma ligeira referência a palavra «HOLISMO» que aparece não somente nos escritos esotéricos da nova era mas também na medicina, física biologia, psicologia etc...

Em 1926, Smuts escreveu e publicou um livro intitulado «Holism and Evolution» tornando-se conhecido na Europa graças a Alfred Adler.

A palavra Holística vem do grego «Holos»,que significa «todo»,«inteiro»sendo pois ,um adjetivo que se refere ao «conjunto» ao «todo»,em suas relações com as «partes», na interação do mundo e dos seres.

A Psicossomática tem fortes vetores holísticos, pois que se relaciona, simultaneamente, aos domínios orgânico e psíquico como por exemplo as perturbações ou lesões orgânicas que são produzidas por influências psíquicas (emoções, desejos, medo, etc.).

As relações somatopsíquicas abrangem os efeitos biológicos nas relações orgânicas e no comportamento incluindo respostas fisiológicas internas que não observáveis diretamente como o peristaltismo, que é o movimento vermiforme, progressivo, da musculatura de órgãos ocos, e que impulsiona para diante o conteúdo desses órgãos, como é o caso das fezes/urina, eliminando-os para o exterior. Uma pessoa ferida no cérebro (soma) pode apresentar manifestações psíquicas tais como distorções perceptivas, problemas na execução de atos complexos, incapacidade para resolver problemas que exijam pensamento abstrato eficiente, etc.

Os distúrbios psicossomáticos são, pois, disfunções fisiológicas e aberrações estruturais que resultam primariamente de processos psicológicos, mais do que de agentes físicos imediatos, tais como os envolvidos em distúrbios orgânicos.

As Vivências Emocionais e a Psicossomática

Os estímulos emocionais formam vínculos entre os fenômenos psíquicos (emoções) e os somáticos. Mesmo quando as emoções são abortadas ou frustradas elas se manifestam apenas pela modificação de alguns parâmetros corporais(somáticos), sem que a emoção atinja a consciência, mantendo-se em nível inconsciente.

O exemplo, a seguir, ilustra como o comportamento gerador de um estímulo emocional aversivo, que pode despertar e produzir mudanças orgânicas, como, por exemplo, facilitar o aumento de quantidade e concentração de secreção ácida no estômago, ocasionando o desenvolvimento de úlceras no aparelho digestivo. A instabilidade emocional ou lábil, que é a tendência de alternar os estados de alegria ou tristeza, pode provocar o aumento da pressão sangüínea , e o conseqüente aumento da atividade cardíaca. Quando for intensa e persistente, poderá ocasionar patologias coronarianas.

As mudanças estruturais psicológicas como as instabilidades emocionais alterando o soma, tem sido enfatizado nos estudos da psicossomática.

O ESTRESSE E AS SUAS ATUAÇÕES NOS DISTURBIOS PSICOSSOMÁTICOS

O Sistema Nervoso Autônomo ou Sistema Neurovegetativo tem grande importância nas manifestações psicossomáticas, porque através desse sistema seus dois componentes o Sistema Nervoso Parassimpático e o Sistema Nervoso Simpático atuam nos neurotransmissores, gerando manifestações responsáveis pelo estresse

Hans Seyle definiu O ESTRESSE como estilo de vida, termo que se origina do inglês «stress». A tendência atual é designa-lo eutresse do grego eu = «bem», «de boa» constituição. Portanto eutresse é a resposta fisiológica, psicológica e comportamental de uma pessoa que procura adaptar-se às pressões e agressões internas e externas O eutresse diante de um desafio é importante, porque sem o mesmo o rendimento na execução da tarefa seria diminuto. O eutresse tem que obedecer um ritmo adequado, porque em caso contrário pode causar queda de rendimento pelo esgotamento. Quando assume proporções patológicas sua denominação atual é distresse.

«Distresse» do gr. dys = é o mau 'estado', 'defeito', 'dificuldade' daí a palavra distress é o mau estresse que, ao atingir níveis alarmantes, as manifestações psíquicas intensas desencadeiam repercussões somáticas gerando moléstias graves que podem ocasionar até a morte.

A Terapia Cibernética .

A terapia cibernética procura estabelecer a homeóstase, tendência à estabilidade do meio interno do organismo, ou propriedade auto-reguladora de um sistema ou organismo que permite manter o estado de equilíbrio de suas variáveis essenciais ou de seu meio ambiente. Partindo. do conceito que Cibernética, segundo Norbert Wiener no «The Human Use of Human Beings» que « a Cibernética é a ciência do controle dos homens, dos animais e máquinas» foram criados aparelhos para combater os distúrbios psicossomáticos que, ao lado de outras terapias apresentam, resultados satisfatórios.

Os aparelhos que se integram na terapia cibernética são os da «Eletroterapia Trasncerebral » acoplada ao sistema de Biofeedbacks.

A «Eletroterapia Trasncerebral» primordialmente era a técnica do Eletrossono, usado no Instituto de Psiquiatria do Ministério da Saúde da Rússia (ex-Instituto da Academia de Ciências Médicas da URSS) e reintegrado na Academia de Ciências Médicas da URSS).

Fundamenta-se no tratamento do sono, baseado teoricamente no principio de Pavlov sobre a inibição protetora que se propaga cada vez mais. No livro «Coleção de Obras» de I.Pavlov encontramos várias descrições que são os resultados de intensas experiências, que podem ser aplicadas aos fenômenos produzidos pelos aparelhos de Eletrossono.

A URSS sofrendo, durante o regime comunista, bloqueio de outros países no intercâmbio científico, e vice-versa, não tinha informações das evoluções farmacológicas, no ocidente, atuando principalmente na terapia de moléstias psiquiátricas. Os estudos de reflexologia de Pavlov foram importantes.

Os cientistas da União Soviética atestavam que os narcóticos eram tóxicos, e produziam efeitos secundários perniciosos. Em razão deste fato desenvolveram a técnica para não ficarem dependendo dos fármacos, e considerando o incremento que o regime fornecia aos estudos da eletro-fisiologia, cada vez mais, o Eletrossono foi sendo aprimorado, porém aqueles aparelhos eram de grandes dimensões, compostos por válvulas e, quando eram usados, ocasionavam grande desconforto aos pacientes.

Os estudos no Laboratório de Psicologia Patológica da Sorbonne (Paris) que efetuamos na cátedra do Professor Henri Faure e no Hospital Psiquiátrico de Bonneval (França), foram significativos com os aparelhos de «Eletroterapia Trasncerebral», segundo as especificações brasileiras, elaboradas por estudos clínicos do autor do presente artigo, e técnicos pelo Eng. José Koralek.

A equipe do Laboratório de Psicologia Patológica da Sorbonne trabalhou com o aparelho de Eletrossono russo e passaram a utilizarem-se do aparelho brasileiro de «Eletroterapia Transcerebral .

Pacientes com sintomas de agressividade, com tendências suicidas, de depressão, ansiedade, pânico, descompensações psiconeuróticas, problemas de alimentação (anorexia e bulimia nervosas) apresentaram resultados terapêuticos satisfatórios.

A «Eletroterapia Trasncerebral» acoplada ao Biofeedback formam o arco cibernético de retroalimentação.

Um exemplo prático de retroalimentação pode ser dado pela análise de um condicionador de ar que ligado regula a temperatura de uma sala, por exemplo, entre 20ºC e 25ºC, acontecendo o seguinte ciclo: quando a temperatura da sala atingir 25ºC, um sensor detecta aquele valor e manda uma ordem ao aparelho para refrigerar a sala; com a refrigeração a temperatura irá cair, e quando chegar a 20ºC, o sensor acusa e manda nova ordem ao aparelho para que interrompa a refrigeração. Se por acaso a temperatura voltar a subir a 25ºC, o ciclo recomeça e, assim, vai indefinidamente e automaticamente. Este é o mecanismo de retroalimentação, ou servomecanismo, que eqüivale em inglês a palavra feedback, isto é corrigir o curso de um processo intervindo num ponto anterior do seu desenvolvimento ou ciclo. Quando se trata de usar o sistema no Ser Humano, os aparelhos agem de forma não invasiva nas modificações de comportamentos aversivos/patológicos. Como resultado da ação retroinformadora a pessoa aprende o controle voluntário de funções fisiológicas das quais os pacientes, normalmente, não têm consciência, com a finalidade de recuperar, manter ou melhorar as suas funções de homeostásia.

CONCLUSÃO

Partindo da premissa que todos os fenômenos da vida são elétricos, a partir do Sistema Nervoso, e a célula nervosa os aparelhos interagem com o principio elétrico do Sistema Nervoso.

Os animais sofrem mudanças psicofisiólogicas diante de situações de ameaça real ou presumível, em razão do aumento de nível adrenalinico, o organismo efetua, assim, uma série de modificações em razão da irregularidade do trânsito dos neurotransmissores que desregulam o Sistema Nervoso Autônomo .

Diante de situação estressante de alarme o sistema nervoso provoca alterações catabólicas (processo metabólico destrutivo por meio da qual células do organismo transformam substâncias complexas em outras mais simples) provocando reação imediata do sistema límbico (periférico), do hipotálamo, da hipófise e da supra-renal, manifestando-se aos demais órgãos, inclusive, no sistema circulatório, com variações de aumento da freqüência cardíaca, pressão arterial, taquicardia, vasocontrição periférica, aumento da tensão muscular, alterando os ritmos do ECG determinando ao organismo ameaçado uma resposta comportamental de fuga, ou de combate consciente, ou inconsciente, que ocasiona, na maioria das vezes, as crises de distresse, provocando, por exemplo, um dos distúrbios psicossomáticos mais comum nos dias atuais que é a «Sindrome do Pânico».

A Terapia Cibernética dos distúrbios psicossomáticos permite a regulagem do eutresse, evitando que se reverta para o distresse, controlando as crises de ansiedade, angustia, pânico, crises de doc ou toc, depressão, alcoolismo, dependência as drogas, incontinência fecal/urinária de fundo nervoso, insônia etc.

Além do mais, as terapias por aparelhos cibernéticos diminuem a incidência do uso de fármacos, não sendo invasivas, evidenciado um resultado satisfatório na terapia dos distúrbios psicossomáticos.

PÍLULA DA FRATERNIDADE

A união de esforços do Ser Humano para derrubar o muro dos preconceitos científicos permitirá que, mais cedo, a Humanidade desfrute a qualidade de vida, que há muitos séculos almeja.

* Jornalista Profissional e Psicólogo, é autor do título « O Amigo Psicólogo ® ». Presidente das Academia Brasileira de Psicologia e Academia Internacional de Psicologia, e um dos pioneiros da Psicologia no Brasil.

Matéria extraída do seguinte site:

http://www.psicologia.org.br/internacional/ap12.htm

terça-feira, 21 de abril de 2009

A História da Cibernética (Roque Theophilo)

27/02/2008


A Cibernética é uma palavra de origem remota que explica o estudo das funções humanas de controle e dos sistemas mecânicos e eletrônicos que se destinam a substituí-los

Cibernética é uma palavra que se origina do grego kibernetiké (timoneiro; o que governa o timão da embarcação; o homem do leme, em sentido figurado, ou aquele que dirige ou regula qualquer coisa; guia, chefe). A palavra também é designativa de piloto. No grupo de Norbert Siener, considerado o introdutor da cibernética nos moldes que vem sendo empregada atualmente, fisiologistas e matemáticos estavam sentindo a falta de um vocábulo que lhes permitisse entenderem-se, pela falta de um termo capaz de exprimir a unidade essencial dos problemas de comunicação e controle na máquina e nos seres vivos, já que todas as palavras até então propostas, ou se extremavam muito nas máquinas ou, em caso contrário, na vida.

Procuravam, de fato, exprimir a qualidade de nova ciência. Daí apelou-se, segundo Norbert Wiener (1894 – 1963), norte-americano considerado o pai desta disciplina, por se criar uma palavra artificial, neo-grega: Cyberbética de kubernétes (piloto de navio e, por extensão, governador de um país, que exprime bem a idéia de comando, de condução).

Platão, na sua obra Diálogos, utiliza o termo para denominar a arte de navegar e de administrar províncias. No livro Górgias, diz: "A cibernética salva dos maiores perigos não apenas as almas, mas também os corpos e os bens". Pôs a palavra na boca de Sócrates, também como substantivo, com o sentido de "ciência da pilotagem".

Andrés Maria Ampère, no vasto Ensaio sobre a Filosofia das Ciências, obra inacabada que ele dizia ser "uma exposição natural dos conhecimentos humanos", colocou a cibernética no capítulo da política, definindo-a como a parte da política que trata dos meios de governar, criando a palavra kybernesis.



Psicocibernética

Maxwell Maltz, famoso cirurgião plástico e psicólogo, criou o termo psicocibernética em seu livro Psycho Cybernetics, para indicar o controle da psique humana para uma finalidade produtiva e útil. Para ele, os sentimentos negativos podem desviar uma pessoa de uma finalidade positiva e pela psicocibernética a pessoa pode ser encaminhada para realizações satisfatórias.

Antigamente, acreditava-se que o cérebro humano era constituído de 12 a 14 milhões de neurônios, dispostos de forma caprichosa e associados por filamentos nervosos com os órgãos e os tecidos do corpo.

Dados mais recentes indicam que não se conhece ainda o número exato de neurônios. O cerebelo, "oficina que manobra" o sistema nervoso central, contém em torno de 100 milhões de células. A organização morfofuncional dos neurônios representa a unidade universal do sistema nervoso.

Santiago Ramon y Cajal (1852-1934), Prêmio Nobel (1906), foi o primeiro e grande entusiasta a desenvolver estudos sobre os neurônios, enriquecendo o conhecimento do tema com as suas investigações.

O cérebro tem na vida animal implicações constantes com situações cibernéticas para sobrevivência e procriação da espécie. Exemplo: os vôos dos pássaros seguem princípios cibernéticos quando se deslocam milhares de quilômetros, de uma região para a outra, conforme a estação do ano mais adequada para a sua sobrevivência, sem estarem ligados aos noticiários dos boletins meteorológicos fornecidos pelos mais avançados laboratórios aeroespaciais, orientados por satélites. Os esquilos, que nascem na primavera, sem nunca terem vivido um inverno, colhem castanhas no outono para poderem sobreviver durante a estação mais fria.

Em espetáculos circenses, quando os apresentadores "somam" números simples, o cachorro late o resultado da operação, embora obedecendo sinais imperceptíveis para a platéia. Quando se lhe mostra a tabuleta com o número três, late três vezes; quando é o número cinco, cinco vezes e assim sucessivamente. Tal comportamento, aprendido pelo cachorro, segue mecanismos cibernéticos.

No interior do cérebro humano encontra-se um minúsculo "computador eletrônico", um "gravador", isto é, um "servomecanismo automático", que é um complexo mecanismo que poderá conduzi-lo a estabelecer os seus próprios objetivos cibernéticos.

O homem pilota a sua relação arbitral, isto é, a sua vontade, ciberneticamente a um determinado objetivo; portanto, não se pode dizer que o homem seja uma máquina, mas sim que pilota e controla as suas ações. Por exemplo: estão arquivadas na memória mecanismos de sucessos e de fracassos em nosso "computador eletrônico". Quando desarquivamos vivências passadas bem sucedidas, certamente se reavivarão sentimentos de confiança que acompanharam tais experiências bem sucedidas, o que se dará no caso inverso quando são evocados os fracassos.



Pai da cibernética

Surge da fisiologia a certidão de nascimento da cibernética de Wiener. Ele apresentou ao filósofo Rosenblaut a seguinte pergunta: "Existirão desarranjos nos feedbacks do sistema nervoso? E quais serão as suas causas?". Foi a partir daí que a cibernética nasceu, pela interfecundação da mecânica e da fisiologia.

Existem, entretanto, controvérsias quanto ao pioneirismo da criação do termo. O próprio Norbert Wiener considera que Gottifried Wilheim Leibiniz (filósofo, matemático, teólogo, jurista, historiador e lingüista alemão), pelos conhecimentos que tinha de lingüística e pelas idéias de comunicação, foi o antecessor intelectual das idéias que expôs no The Human Use of Human Beings, publicado nos Estados Unidos em 1950. Por outro lado, declara que as suas concepções estão muito longe de serem iguais a Leibiniz.

As máquinas computadoras de Leibiniz eram apenas uma derivação de seu interesse por uma linguagem de computação, um cálculo raciocinante que, por sua vez, era em seu espírito, apenas uma extensão da idéia de uma completa linguagem artificial.

Wiener, em 1960, visitando os laboratórios do famoso fisiologista russo P. K. Anokin, em Moscou, reconheceu publicamente a prioridade de Anokin na aferição do retorno que consiste nas excitações, colhidas pelos correspondentes receptores, que levam ao surgimento de uma especial sinalização nervosa, que se dirige até o sistema nervoso central.

Este conceito cibernético, pela primeira vez formulado na história da ciência, foi enunciado pelo filósofo russo, em 1935, na sua célebre obra Problemas do Centro e da Periferia a Fisiologia do Sistema Nervoso. Foram 13 anos antes de Norbert Wiener haver formulado pensamentos análogos sobre a cibernética.

Pouco antes de morrer, em 1962, perguntado sobre qual seria a posição da ciência na década de 80, retrucou: "Os problemas fundamentais da biologia vão estar de tal maneira ligados ao sistema e sua organização, quanto ao tempo e ao espaço, e aqui a auto organização terá que jogar com o seu papel fundamental. Por isso, minha opinião sobre a ciência da vida é de que não apenas se dará a assimilação da física pela biologia, porém, o processo contrário, ou seja, a assimilação da biologia pela física."

Em A Cibernética do Sistema Nervoso, que enfoca o problema da cibernética relacionada com a religião ele, parodiando a Bíblia, afirma: "Seja dado ao homem o que é do homem e ao computador o que é do computador."



Fonte:



http://www.psicologia.org.br/internacional/ap10.htm