domingo, 17 de novembro de 2013

Princípio da Facilitação das Trocas.


A assistência de saúde e os cuidados de enfermagem podem ser referidos em termos de ações de facilitação das trocas de matéria, energia e informações entre o sistema humano (família, comunidade, sociedade) e o ecossistema, em razão das dependências que constituam necessidades de saúde e necessidades de enfermagem, sempre integradamente sob os aspectos bio-psico-sócio- espirituais.

 

              Face à sua formação generalista, ao seu perfil e papéis profissionais, à variedade e abrangência do seu campo de ação e, fundamentado nos Princípios da Formação Generalista, da Abrangência do Ecossistema, da Ação Simultânea, da Extrapolação do Ciclo Vital, além de outros, todos da Teoria Sistêmico-Ecológica de Enfermagem, ao atuar tanto no estado de saúde como na situação de doença, mediante ações predominante de natureza preventiva, alicerçando suas atividades em fundamentos fisiológicos e ambientais (Fisioecologia), agindo sempre consoante os princípios da teoria acima referida, emerge então, o enfermeiro, como um dos principais profissionais facilitadores e integradores do processo de trocas de matéria, energia e informações entre o ser humano e o meio, no que tange às ações de saúde.

Para facilitação das referidas trocas, torna-se necessário que sejam efetuadas, inicialmente, ações extracorpóreas (exercidas extrapele), tais como a proteção de barreiras, a adequação do ambiente e a seleção de aportes (seleção ambiental de matéria, energia e informações a serem aportadas ao organismo):

Proteção de Barreiras: Refere-se às ações exercidas sobre a superfície corporal e cavidades: áreas cutâneo-mucosas (pele, boca, olhos, narinas, ânus, órgãos genitais e uretra) e fâneros.

Adequação do Ambiente: Corresponde a todas as ações sobre o meio externo, objetivando torná-lo melhor e mais confortável, protetor e sadio, possibilitando e facilitando as trocas entre o sistema humano e o ambiente.

Seleção de Aportes (Seleção Ambiental de Informações, Matéria e Energia, incluindo Alimentos, Medicamentos e outros): A seleção de energia, informações e substâncias a serem aportadas ao organismo, constituem um processo essencial para a consecução e/ou manutenção de sua homeostasia e representa uma etapa fundamental das Ações de Facilitação das Trocas entre o organismo e o ambiente, cuja adequação, constitui condição essencial para que ocorram convenientemente as Trocas Intracorpóreas (efetuadas Intra-pele) e que correspondem às diferentes atividades fisiológicas (processos químicos, físicos e físico-químicos) do nosso organismo, cuja descrição será efetuada, neste trabalho, mediante a utilização de um sistema discursivo característico, em consonância com os postulados da Teoria Geral dos Sistemas, da Cibernética, da Teoria de Informações, da Fisiologia e da Ecologia (Fisioecologia), sintetizados no Sistemismo Ecológico e na Teoria Sistêmico-Ecológica de Enfermagem.

As Trocas de Matéria Energia e Informações entre o sistema humano e o ambiente (intercâmbios extracorpóreos) e, as trocas intracorpóreas (que se realizam entre os órgãos, aparelhos e sistemas), correspondem à totalidade dos processos fisiológicos que ocorrem no organismo, sendo mediadas por uma complexa rede ou sistema de Trocas de Informações Extracorpóreas, isto é, ocorrem  entre o organismo, como um todo, e o  ambiente e, de Trocas de Informações Intrassistêmicas, como foi referido no Princípio anteriormente descrito.

Alguns aportes de matéria, energia e informações ao nosso organismo são compulsórios, isto é, independem, muitas vezes, de nossa consciência, de nossos sentimentos, de nossa vontade, de nossas decisões, de nosso controle, em razão das circunstâncias ambientais (ambiente físico, biológico, tecnológico e social, incluindo neste último os aspectos econômicos e financeiros). Entretanto, é possível desenvolver esforços no sentido de transformação e adaptação do ambiente às nossas reais necessidades e, reciprocamente, bem como de nossa adaptação e transformação pessoal, com vistas ajustarmos, o máximo possível, ao ambiente de natureza física, biológica, tecnológica e social (a repetição é proposital), a fim de atingirmos o máximo grau de higidez e de bem estar, permissível pelo nosso potencial genético e condições ambientais vigentes.

Para consecução deste propósito, é necessário selecionar e controlar, ciberneticamente (mediante avaliação e reajustes contínuos), tanto quanto possível, a maioria dos aportes de matéria, energia e informações ao nosso organismo, pessoalmente e/ou através do concurso de familiares e agentes facilitadores, consoante o Princípio de Seleção Ambiental dos Aportes de Matéria, Energia e Informações.

Pela ótica deste trabalho, as funções da consciência, o equilíbrio hidro-eletrolítico e ácido-básico, o funcionamento cardio-respiratório, as ações do sistema muscular, os controles através dos sistemas nervoso e hormonal, além de outros mecanismos e demais funções do organismo, em suma, todas as atividades metabólicas podem, ser compreendidos como processos internos de trocas de matéria, energia e informações, decorrentes de mecanismos de trocas de mensagens intrassistêmicas, em seqüência e coordenadamente com o processo de mensagens estabelecido entre o organismo, como um todo, e o ambiente (sistema de vida de relação), objetivando a consecução da homeostasia do organismo total, mediante regulação por meio de dispositivos automáticos ou cibernéticos (homeostáticos), tudo isto em conseqüência de um projeto constante da programação genética, influenciada pelas circunstâncias ambientais, pretéritas (históricas), presentes e potenciais (Princípio Genético, Histórico/Instantâneo).

Para que se atinja este funcionamento harmônico do organismo, ou seja, sua homeostasia, há necessidade de permanente e adequado “intercâmbio de matéria, energia e informações”, com o meio exterior, cujo favorecimento deve ocorrer consoante o Princípio de Facilitação das Trocas. Por outro lado, é  necessário que se promovam às Proteções de Barreiras e ocorram as Eliminações necessárias.

A aquisição ou aporte de matéria se processa pelas vias digestivas, respiratórias (trocas gasosas: aquisição de O2 e rejeição de CO.2), cutâneo/mucosas, podendo ocorrer também por via  parenteral, como no caso dos procedimentos terapêuticos.

Ingerida (aporte), digerida, absorvida, conduzida pelo sangue (transporte) pelo sangue e líquidos corporais, flui a matéria (alimentos, medicamentos e venenos) até a nível de órgãos e, portanto, de cada  uma  de suas células, onde ocorre a sua metabolização, sendo rejeitados os catábolitos para o ambiente celular e, conduzidos pela corrente circulatória (transporte) até aos locais de sua destruição ou de eliminação.

Trocas de Matéria, Energia e Informações entre a Célula e seu Ambiente: Cada uma das células, para bem desempenhar o seu papel, necessita permanentemente de insumos (aporte celular), constituídos de alimentos, oxigênio, além de produtos anabolizados no próprio organismo, os quais são conduzidos pelo sangue (transporte), passam para o espaço extravascular, daí para o interior da célula, onde sofrem transformações (metabolismo), rejeitando para o espaço extracelular (ambiente celular) os seus resíduos ou catabólitos e, no caso de células especializadas, também produtos do seu anabolismo (secreções úteis), como hormônios ou enzimas. Na dependência das funções digestivas, respiratória e circulatória, ocorrem as “trocas de matéria, energia e informações” entre o sistema célula e seu ambiente, mediante o transporte e, aportes na célula, processamento do metabolismo e rejeição dos  produtos catabólicos (eliminações celulares), que são conduzidos pelo sistema circulatório e/ou respiratório (transporte) e lançados ao meio exterior (eliminações) através das vias respiratórias, urinárias, glandulares, cutâneo-mucosas, cujo propósito é a manutenção da homeostasia. Portanto, a célula, como unidade biológica, considerada, por si só, um sistema, efetua constantes trocas de  matéria, energia e informações com o ambiente celular (espaço intercelular). Após a metabolização das substâncias aportadas, os catabólitos são lançados para o exterior das células e ambientes contíguos, situados no organismo inteiro e, deste para o seu ambiente global ou espaço extracorporal (eliminações), cujo prolongamento é o restante do universo. No caso particular de o cliente apresentar uma cianose, sabemos que tal é uma manifestação de um distúrbio de aporte de oxigênio (O2) à nível celular (hipóxia) e/ou deficiência de eliminação de dióxido de carbono (CO2), o que constitui a  hipercapnia.

Aporte Celular de Matéria: As substâncias conduzidas pelo sangue (transporte), transferem-se, por difusão, através das paredes dos vasos capilares, para o líquido extracelular, o qual fornece às células os nutrientes e outras substâncias exigidas para o seu funcionamento normal (metabolismo). Do espaço extracelular, para o interior da célula (aporte celular), o transporte através da membrana, ocorre por dois mecanismos: 1) difusão e 2) transporte ativo. A difusão corresponde a um movimento aleatório de moléculas e íons de uma solução mais concentrada para outra de menor concentração. Entretanto, algumas substâncias só conseguem difundir-se através da membrana celular mediante um mecanismo designado difusão facilitada, pelo qual a substância se combina primeiramente com uma proteína carreadora, na membrana celular, o que torna a substância solúvel na membrana, permitindo sua difusão até a face interna da membrana, onde será liberada para o interior da célula. Outro mecanismo, completamente diferente,  o transporte ativo, é feito mediante um mecanismo químico, específico da própria membrana, com consumo de energia e em oposição ao gradiente de concentração, por isso designado “transporte montanha acima”. Neste processo, a substância a ser transportada combina-se, primeiramente, com uma proteína carreadora, como ocorre na difusão facilitada e, a seguir, o conjunto difunde-se para a face interna da membrana. Finalmente, a energia oriunda do ATP é empregada para separar, a substância transportada, do elemento carreador (transportador). Exemplo deste mecanismo é a bomba de sódio-potássio, que transporta íons sódio para o exterior da célula (ambiente celular) e íons potássio para o interior, logo, contra os respectivos gradientes de concentração. São, também, transportados ativamente através das membranas celulares os íons cloreto, cálcio, ferro e hidrogênio. A glicose e os aminoácidos são, também, ativamente transportados, através da membrana de certas células, por um mecanismo designado de co-transporte de sódio, um pouco diferente do mecanismo de bomba do transporte ativo.  

Metabolismo (Anabolismo e Catabolismo): É o conjunto de transformações químicas que ocorrem no organismo, mais precisamente, reações que se passam no interior das células individuais, componentes dos tecidos. O metabolismo corporal é expresso pela intensidade ou velocidade com que a energia é liberada através do metabolismo dos nutrientes em todo o organismo. Suas funções são as de prover energia, resultante de mecanismos oxidativos celulares (respiração celular) para a realização das atividades corporais, bem como, para formar novas estruturas, tais como os ossos e o tecido nervoso e a síntese proteica, incluindo a produção de enzimas e hormônios, constituindo, pois, a base, não somente da provisão de energia, mas também, proporcionando o crescimento do organismo devido ao aumento de tamanho e de número de células, além da reparação das perdas. O metabolismo celular (atividades de transformações no interior das células) está na dependência das trocas de matéria, energia e informações intra-sistema humano, particularmente, entre a célula e o ambiente celular.

Metabolismo Intermediário: Muitos alimentos que aportam ao sangue, oriundos do tubo digestivo, podem ser usados pelas células dos tecidos sem qualquer alteração complementar, mas alguns tecidos têm necessidade de certas substâncias químicas que, normalmente não se encontram nos alimentos. Para produzir estas substâncias, uma grande parte de alimentos absorvidos passa por determinados órgãos, onde ocorre a sua transformação nessas substâncias requeridas pelas células. Tal processo recebe a designação de metabolismo intermediário. O fígado é um órgão adaptado para o metabolismo intermediário e para o armazenamento. Pode desdobrar as gorduras e as proteínas em moléculas menores, de maneira que as células de outros tecidos possam utilizar como fonte de energia para a síntese de substâncias específicas necessárias às células. O fígado forma, também, produtos necessários à coagulação do sangue, ao transporte de gorduras, à imunidade contra as infecções e a muitas outras finalidades. O fígado pode armazenar grande quantidade de gorduras, carbohidratos (glicídios) e, mesmo, proteínas, liberando-as, posteriormente, quando os tecidos assim o exigirem.      

Aporte de Energia Mecânica: Atinge o organismo através dos Agentes Traumáticos Mecânicos, provocando lesões traumáticas.

Apreensão e Impulsão de Matéria: Efetua-se pela ação dos Membros Superiores e Inferiores.  

Apreensão e Fragmentação de Matéria: Ocorre pela ação dos Membros Superiores e do Aparelho Dentário.

Aporte de Matéria: (Alimentos, Medicamentos e Substâncias Estranhas): Através da Cavidade Oral (Ingestão), Mucosas Oral, Nasal, Anal e, da própria Pele (Absorção) e Via Transcutânea (Venosa e Intramuscular).

Aporte de Alimentos (Ingestão): água, sais minerais e substâncias orgânicas como proteínas, glicídios, lipídios e vitaminas, destinados ao fornecimento de matéria prima para a construção das células, síntese de hormônios e enzimas e, liberação de energia para as atividades metabólicas e ambientais (ações sobre o ambiente, entre as quais deambulação, trabalho e atividades de lazer).

Desdobramentos de Alimentos (Digestão): 1) Processos Mecânicos (Mastigação, Deglutição e Movimentos Peristálticos) e 2) Processos Químicos (Hidrólises).

Desdobramento de Alimentos Mediante Processos Mecânicos: Compreende a mastigação, a deglutição (ato de engolir e os movimentos peristálticos). Na mastigação, o alimento é convenientemente fragmentado, o que faz aumentar a superfície das partículas alimentares ingeridas, facilitando a ação enzimática. Após a deglutição de o bolo alimentar, têm início os movimentos peristálticos, graças á ação da musculatura lisa e involuntária, existente no esôfago, no estômago e no intestino. Este conjunto de movimentos facilita o fluxo unidirecional do alimento ao longo do tubo digestivo.

Deslocamento dos Alimentos no Tubo Digestivo (Transporte): O alimento, após passar pela boca, é propelido, por meio do esôfago, para o estômago e, em seguida pelos intestinos delgado e grosso, antes de ser esvaziado pelo ânus. Durante seu trajeto através do tubo digestivo sofre a ação das enzimas digestivas, a quais são secretadas pelas glândulas gastrointestinais, desdobrando os alimentos em substâncias químicas simples (nutrientes), capazes de serem absorvidas pela parede intestinal, aportando ao sangue circulante.  

Desdobramento dos Alimentos por Processos Químicos (Digestão): Envolvem a participação de enzimas hidrolíticas (do grego hidro = água e lise = quebra, ruptura). Estas enzimas utilizam-se de água para promover a transformação de grandes moléculas em outras menores, capazes de serem absorvidas pelas superfícies da cavidade digestiva e penetrar na corrente sangüínea. Certas substâncias, como a água, o álcool, as vitaminas e os sais minerais, porque suas moléculas são suficientemente pequenas para serem absorvidas pelo organismo sem a ação das enzimas hidrolíticas, não sofrem o processo de hidrólise (dupla decomposição efetuada pela água).

Secreções Produzidas pelas Glândulas Exócrinas - Enzimas (Biocatalizadores): - 1) Glândulas Salivares (Parótidas, Submaxilares e Sublinguais) - Produzem a saliva que, além de enzimas (biocatalizadores), contém muco. 2) Secreção Gástrica (Suco Gástrico): contendo enzimas  (a principal é a pepsina que é uma protease, desdobrando as proteínas em frações peptídicas) e ácido clorídrico. A digestão no intestino delgado se realiza mediante a ação conjunta de três sucos digestivos: biliar, pancreático e entérico. 3) Secreção Pancreática - Suco Pancreático (enquanto glândula de secreção externa, o pâncreas produz): a) tripsina (protease) - desdobra proteínas a frações peptídicas. b) amilopsina (amilase) - (desdobra o amido em maltoses). c) lípases - desdobram os lipídios em ácidos graxos e glicerol, 4) - Secreção Entérica (suco entérico, produzido pela mucosa intestinal, estimulada pela secretina e, possivelmente por outro hormônio da mucosa intestinal - a enterocrinina, contendo quatro principais enzimas): a) peptidases - Reduz as frações peptídicas em aminoácidos, b) maltases - Reduz as maltoses a glicose, c) lactases - Desdobra a lactose a glicose + galactose, d) sucrases - desdobra  a sacarose em glicose + frutose, - Secreções Biliares (bílis, a qual não contem enzimas, mas sais biliares):  tauracolato e glicolato de sódio que têm por funções: a) emulsionar os lipídios, facilitando a função das lípases pancreáticas e contribuindo para a digestão lipídica, b) tornar solúveis os produtos da digestão lipídica, ou sejam,  ácidos graxos e gliceróis, possibilitando a sua absorção pela mucosa intestinal.

Transporte de Alimentos (Participam deste processo os Sistemas Digestivo, Circulatório e Linfático): 1) Deslocamentos (progressão) no Tubo Digestivo: Deglutição e Movimentos Peristálticos, 2) Absorção Intestinal (por difusão): Sistema Circulatório e Linfático.

Absorção Intestinal de Nutrientes (por difusão): Glicose, Ácidos Graxos,  Aminoácidos, Sais Minerais e Vitaminas.

Absorção de Medicamentos e Venenos: 1) - Mucosas (oral, intestinal e anal), por difusão e 2) - Via Parenteral (Transcutânea: intramuscular e intravenosa).

Transporte de Matéria e Energia em Geral - Através dos Sistemas Circulatório, Respiratório e Linfático: Nutrientes, O2, CO2, Resíduos Celulares, Medicamentos, Corpos Estranhos e outros.

Transporte em Geral - Sistema Circulatório: Coração (Bomba), Artérias, Veias e Vasos Capilares (Condutores de Sangue, Linfa e Matérias por estes  veiculadas).

Transporte e Distribuição de Nutrientes: Sistemas Circulatório e Linfático.

Aporte Celular de Nutrientes: Por difusão, saem dos capilares sangüíneos para o líquido extracelular e deste passam para o interior das células por difusão, transporte facilitado e transporte ativo - glicose, ácidos graxos e os aminoácidos, sais minerais e vitaminas, - constituindo os ingredientes para as atividades anabólicas ou sínteses celulares (produção de enzimas, hormônios) e, para a própria construção física das células (corpo celular).

Em resumo, o acesso de alimentos se efetua através da cavidade oral (aporte), percorre o tubo digestivo (transporte), é digerido (digestão), absorvido (aporte no sangue) e conduzido pelo sangue arterial (transporte), da mesma forma que conduz o oxigênio, até a intimidade celular (aporte celular) e, no caso específico da glicose, para participar da reação de respiração celular, (catabolismo ou metabolismo destrutor), liberando energia para manutenção da temperatura corporal, para os trabalhos da própria célula e para as demais atividades do organismo e ações sobre o ambiente (trabalho mecânico e intelectual).

Armazenamento Energético: Glicogênio, Tecido Adiposo e Muscular e Moléculas de ATP (Trifosfato de adenosina).

Sistema Auxiliar de Transporte - O Sistema Linfático é um sistema circulatório adicional e especial, constituído pela linfa, vasos linfáticos e por órgãos linfáticos como o baço, o timo e os gânglios linfáticos, tendo como função auxiliar a circulação sangüínea, coletando e distribuindo ácidos graxos e gliceróis, absorvidos no intestino, removendo o excesso de líquido intercelular, exsudado dos vasos sangüíneos, com o objetivo de prevenir edemas. (Vide Filtração e Remoção de Impurezas).

Transporte de Resíduos Celulares: Circulação sangüínea e linfática.

Filtração e Remoção de Impurezas: O sistema linfático contribui para a defesa do organismo, mediante a produção de anticorpos e linfócitos. A linfa, circulando pelos vasos linfáticos, ao passar através dos gânglios linfáticos e por processo semelhante ao da filtração, extrai a maior parte das grandes partículas e, onde as bactérias são engolfadas e digeridas por um tipo especial de células - as células reticuloendoteliais.

 Aporte de O2 - Através das fossas nasais: narinas e coanas (no caso desta, através da cavidade oral = respiração bucal).

Transporte de O2: Mediante as ações dos músculos respiratórios (diafragma e intercostais externos), os quais tem sua atividade regulada pelo centro respiratório, situado no bulbo, o O2 é conduzido pela inspiração, a partir das vias aéreas superiores até aos alvéolos pulmonares e, por difusão (absorção), atravessa a membrana respiratória (membrana pulmonar) e as paredes dos capilares, penetra nestes, promovendo a oxigenação do sangue, transformando-o de sangue venoso (pobre em O2) em sangue arterial (rico em O2), constituindo o fenômeno da hematose.

 

Aporte Sangüíneo, Transporte e Distribuição de O2: No sangue, a maioria do O2 penetra no interior das hemácias, por difusão, combinando-se com moléculas de hemoglobina para formar a oxihemoglobina, a qual é conduzida (pela circulação), a todas as células vivas do organismo.

Aporte Celular de O2: Ao chegar aos tecidos, o O2 se desliga da hemoglobina e, por difusão (perfusão celular) passa para o interior das células vivas, onde vai participar do processo respiratório propriamente dito (respiração celular), o qual  corresponde à oxidação (combustão) da glicose, catalisada por enzimas e com liberação de energia, utilizada para a formação de ATP (Adenosina Trifosfato) e de subprodutos: H2O e CO2.

Destarte, o oxigênio (contido no ar atmosférico) penetra pelas vias aéreas superiores (aporte), sendo transportado, através da inspiração, até atingir os alvéolos pulmonares (transporte), atravessando (difusão), as paredes dos alvéolos pulmonares e, também por difusão, penetra nos vasos capilares, onde se combina com a hemoglobina, formando a oxihemoglobina  (hematose), é veiculado pelo sangue, através das artérias até o nível dos vasos capilares, difundindo-se para o espaço intercelular  (transporte), daí, ainda por difusão, penetra na intimidade das células (aporte celular), juntamente com nutrientes e outras substâncias, também transportadas pelo sangue e necessárias ao metabolismo celular.

Aporte de Energia no Organismo: O aporte de energia ao organismo ocorre sob as várias modalidades conhecidas, como a calorífica, a acústica, a luminosa, a mecânica (agentes traumáticos e o toque) e todos os tipos de radiações, acompanhadas  ou  não de partículas (matéria), mas também chega ao corpo, contida nas ligações átomo-moleculares das substâncias orgânicas, sob forma de nutrientes (energia química) e que são transformadas em energia calorífica, elétrica, mecânica e  magnética.

Aporte de Matéria Estranha: l) Corpos Estranhos, 2) Substâncias Químicas Estranhas: a) Venenos e b) Material Peçonhento.

Aporte de Agentes Biológicos: l) Infecciosos: Invasão do organismo por Microorganismos (Infecções), 2) - Parasitários: Invasão o organismo por Parasitos (Infestação).

Extração de Energia dos Nutrientes - A maior parte da energia para as atividades do organismo é extraída de nutrientes energéticos, sendo liberada através da oxidação ou combustão (respiração celular), o que ocorre na intimidade das mitocôndrias, organela celular situada no citoplasma. Os principais nutrientes dos quais as células extraem a energia são o oxigênio e um ou mais tipos de alimentos. Os alimentos (glicose, ácidos graxos e aminoácidos), transportados pelo sangue, penetram na célula e, no seu interior, reagem quimicamente com o oxigênio, sob a ação catalítica de várias enzimas que controlam a velocidade e a intensidade dessas reações. A energia liberada dos nutrientes é usada para a síntese da Adenosina Trifosfato e canalizada para um fim adequado, tais como: a) transporte de substâncias através da membrana celular, como o transporte de potássio para fora das células e de sódio para o interior (bomba de sódio e potássio), b) síntese de proteínas e outras substâncias intracelulares, como fosfolipídios, colesterol e muitas outras, c) contração muscular, promotora de todos os movimentos corporais.

Formação do Trifosfato de Adenosina (ATP): O ATP é um nucleotídeo, formado pela base nitrogenada adenina, o glicídio (pentose ribose) e três radicais fosfatos, sendo que os dois últimos são presos ao restante da molécula por ligações fosfatos de alta energia, representadas pelo símbolo ~. Cada uma destas ligações armazena cerca de 8.000 calorias por mol de ATP, a qual é extremamente lábil, podendo ser quebrada instantaneamente, quando houver necessidade de energia para a concretização de outras reações celulares. 

Ressalvados os casos de respiração anaeróbica (quando há deficiência de oxigênio), a energia, agora contida nas moléculas de ATP destina-se, pois, a atender a todas as atividades das células e, portanto do organismo inteiro.

 A respiração celular, formadora de ATP, se processa segundo a seguinte reação simplificada:

 


 


    

       C6H12O6   +  O2   ®   CO2+ H2O  + ENERGIA

$

       enzimas

 

 

Em caso de necessidade, pequena quantidade de glicose pode ser catabolizada, sem a participação do oxigênio, constituindo a respiração anaeróbica, cujo subproduto é o ácido láctico.

Não se abordou aqui a extração de energia e conseqüente formação de ATP a partir dos lipídios (ácidos graxos) e das proteínas (aminoácidos), processos que ocorrem, paralela e complementarmente, ao metabolismo dos glicídios,  no que se refere a liberação de energia.

Produção Endógena de CO2 - Nas células vivas, o dióxido de carbono (CO2) é produzido continuamente, como produto residual (subproduto) da reação de respiração celular (combustão da glicose), reação produtora de energia,  referida acima, resultando num fluxo constante do mesmo do interior das células para o sangue, percorrendo um trajeto inverso ao descrito para o oxigênio.

Transporte de CO2 - Difunde-se das células vivas para o espaço intercelular, daí para os vasos capilares, diluindo-se no plasma sangüíneo e daí para o interior das hemácias, onde forma bicarbonato, o qual, por difusão retorna ao plasma, constituindo esta a principal forma de transporte dessa substância. Enquanto o O2 é conduzido, sobretudo pelas hemácias, sob a forma de oxihemoglobina, o CO2 é transportado através do plasma sangüíneo, principalmente na forma de bicarbonatos. Entretanto, parte do CO2 combina-se com a hemoglobina, formando a carboemoglobina, e, outra parte, é dissolvida no plasma, sendo por este conduzido até aos pulmões (transporte).Nos pulmões as reações descritas para o O2 ocorrem no sentido inverso, com a formação de CO2 e por difusão passa para o ar alveolar, de onde, mediante a expiração (transporte) segue pelos bronquíolos, brônquios, traquéia e faringe, de onde passa para as fossas nasais para ser eliminado.

Eliminação de CO2 - É realizada através do aparelho respiratório (Expiração). O dióxido de carbono, ao atingir as fossas nasais é, pelas narinas e, eventualmente, através da boca (passando pelas coanas), lançado ao meio exterior (eliminação), o que corresponde à etapa terminal da expiração.

Regurgitação Alimentar: Vômitos.

Neutralização de Sustâncias Tóxicas (No Fígado) - Ciclo da Ornitina: Transformação da muito tóxica amônia em uréia, a qual é menos tóxica.  

Eliminações: O somatório dos produtos catabólicos celulares, os sobejos do processo digestivo (substâncias não digeridas ou não absorvidas), as matérias não metabolizáveis, estranhas ou nocivas aos processos metabólicos, ou ainda, introduzidas em excesso no organismo e capazes de alterar as diversas constantes físicas ou químicas do sistema humano, devendo ser rejeitadas (Eliminações) através das vias digestivas, respiratórias, urinárias e cutâneo-mucosas, sob a ação de forças negentrópicas, mediante mecanismos homeostáticos (Integração, Regulação e Controle), as quais buscam, a todo transe, manter ou restaurar a higidez, a constância de composição (Homeostasia), cujos desvios constituem os estados patológicos ou situações com constantes diferenciadas, tal como acontece na senectude.

Aporte Exógeno de Energia Calórica: Oriunda do meio exterior, a energia contida nas ligações átomo-moleculares dos nutrientes é liberada através da respiração celular, podendo, excepcionalmente, penetrar no organismo por toda a superfície corporal, quando a temperatura ambiental é maior que a temperatura interna (insolação e intermação).

Produção Endógena de Energia Calórica - O metabolismo corporal é a expressão da intensidade ou velocidade com que a energia é liberada pelo metabolismo dos nutrientes no interior do organismo, mediante o processo de respiração celular (combustão), que em condições de estrito repouso é designado metabolismo basal (60 a 70 calorias por hora), o necessário para a manutenção da constância da temperatura corporal e das demais atividades fisiológicas, em nível mínimo, podendo aumentar em até 20 vezes durante o exercício acentuado, capaz de aumentar o metabolismo de forma mais intensa que qualquer outro tipo de estímulo, como: l) - a estimulação simpática (aumenta duas vezes), 2) - o efeito do hormônio tireoidiano, aumenta cerca de duas vezes e 3) - a febre (pirexia ou hipertermia), aumenta cerca de duas vezes para cada elevação de 8o C da temperatura corporal. Eventualmente, toda a energia liberada pelos nutrientes é transformada em calor, exceto em condições muito especiais, incluindo a maior parte da energia que promove a contração muscular é transformada em calor, em conseqüência do atrito das articulações, da viscosidade do movimento do próprio músculo. É este calor que conserva o corpo aquecido.

Transferência de Energia do Corpo para outro Sistema (exceto perdas calóricas): Trabalho Muscular e Atividades Intelectuais, os quais correspondem à transferência de energia (Negentropia) do corpo de uma pessoa ou de um grupo para outra(s) pessoa(s) e/ou para o ambiente.

 Transporte de Energia Calórica: É transportada pelos fluidos circulantes e, segundo os Princípios da Termodinâmica, por toda a massa corporal.

Controle (Regulação) do Equilíbrio Térmico: A temperatura Corporal é controlada, de modo preciso, mediante o equilíbrio entre a intensidade da perda de calor e a intensidade da produção de calor. O controle da temperatura, pela regulação, tanto da perda como da produção do calor é feita pelos centros nervosos hipotalâmicos, chamados de termostato hipotalâmico. Os centros do hipotálamo anterior são diretamente responsivos à temperatura do sangue, ficando gradativamente mais ativos com o aumento da temperatura sanguínea, e menos ativos, quando esta diminui. Essas áreas, por sua vez, regulam a temperatura corporal. Quando a temperatura corporal aumenta acima da temperatura  normal de 37oC, a intensidade da perda de calor fica maior que a da produção de calor. Inversamente, no caso de temperaturas abaixo desse limite normal, o termostato hipotalâmico reduz ciberneticamente a perda de calor e aumenta a sua produção. Basicamente, tal mecanismo controla: 1) Intensidade do fluxo sanguíneo pela pele, o que regula o calor pela pele, 2) a sudorese, o que resfria o corpo, 3) controla os calafrios, o que aumenta de muito a produção de calor, 4) a secreção de norepinefrina e de epinefrina pelas medulas supra-renais, 5) controla a secreção de hormônio tireoidiano, com efeito direto sobre a produção de calor por todas as células do corpo. 

Transferência ou Eliminação de Energia Calórica: A temperatura corporal é controlada, de modo preciso, pelo equilíbrio entre a intensidade da perda de calor e a intensidade da produção de calor. O calor produzido no corpo precisa ser continuamente eliminado, pois se tal não ocorresse, a temperatura aumentaria contínua e indefinidamente. O corpo perde calor, cedendo ou transferindo-o ao ambiente (trocas de energia) através de toda a superfície corporal, por três mecanismos: l) por radiação, 2) por condução para o ar e para os objetos sólidos e,      3) por evaporação da água dos pulmões e pela pele, especialmente através do suor, tanto mais quanto a evaporação do suor é uma reação endotérmica.

Eliminação de Excesso de Tecido Adiposo: Atividade Muscular Intensa, Exercícios Físicos e Dieta Hipocalórica.

Trocas de Matéria, Energia e Informações Via Transplacentária: Nutrição, Respiração, Excreção e outras Atividades Fetais - A mãe fornece nutrientes, incluindo o oxigênio, para o crescimento do feto, através da placenta  (estrutura fibrosa fixada à parede interna do útero), por onde flui o sangue fetal, oriundo do feto. Os nutrientes se difundem do sangue materno para o sangue fetal, através da membrana da placenta, a qual se assemelha à membrana do sistema respiratório. Por idêntico mecanismo, os produtos de excreção do feto, passam para o sangue materno. Assim, o feto é nutrido e elimina seus produtos de excreção, efetuando, um trajeto de dupla via que corresponde a um sistema de trocas matéria, energia e informações através do sangue materno, pelo período de nove meses, até que se torne capaz de se manter vivo no meio exterior, quando é expelido pelo útero materno.

Rejeições Celulares: CO2 e outros catabólitos são lançados, através da membrana celular, no espaço intercelular (ambiente celular).

Remoção do Excesso de Líquido Intercelular Exsudado dos Capilares Sangüíneos - Filtração e Remoção de Impurezas: Circulação Linfática e um sistema Auxiliar da Circulação Sangüínea. O Sistema Linfáticoé constituído de: Linfa, Vasos Linfáticos e Órgãos Linfóides (Baço, Timo).  

Perdas Sangüíneas: Hemorragias, em todas as suas formas, incluindo hemoptise, hematêmese, melena, metrorragia e outras.  

Regurgitação alimentar: Vômitos.

Eliminações: O somatório dos produtos catabólicos celulares ou excesso de substância introduzidas no organismo, que provocam a alteração das diversas constantes do sistema humano, devem ser rejeitadas (Eliminações) pelas vias digestivas, respiratórias, urinárias e cutâneo-mucosas, sob a ação de forças negentrópicas e de mecanismos homeostáticos (Controle, Integração e Regulação), que buscam, a todo transe, manter a higidez, a constância de composição do organismo (Homeostasia), cujos desvios constituem os estados patológicos ou, possuem  constantes diferenciadas, como na senectude.

Eliminações de Secreções (Fisiológicas e Patológicas): Respiratórias, Salivares, Sudoríparas, Uretrais, Vaginais e outras, bem como resultantes de quaisquer processos inflamatórios. Estas eliminações se processam através das glândulas exócrinas (salivares, sebáceas, sudoríparas), além das secreções pulmonares, do aparelho urogenital ou mediante vômitos, excreção de fezes, urina  e outros.

Filtração Sangüínea: Rins - As principais funções dos rins são: 1) remoção e rejeição de produtos finais do metabolismo, os quais devem ser eliminados (resíduos celulares), sob a forma de uréia, acido úrico, creatinina, fosfatos, sulfatos,  excesso de ácidos  e outros, 2) controle das concentrações da maior parte das substâncias iônicas no líquido extracelular, inclusive de íons como: o íon sódio (NA+), o íon potássio (K+) e o íon hidrogênio (H+), 3) reabsorção tubular dos constituintes necessários ao organismo: nutrientes, entre os quais a glicose, os aminoácidos, a água e a maior parte de íons, principalmente o íon  (NA+), 4) regulação osmótica (equilíbrio hidro-salino) e ácido-básico dos fluidos corporais, equivalendo a dizer, da homeostasia. O filtrado glomerular, que chega à cápsula de Bowman, é um ultrafiltrado do plasma que passa para o sistema tubular, onde diariamente chega cerca de 180 litros desse filtrado, sendo quase totalmente reabsorvido para o sangue, exceto cerca de pouco mais de um litro que passa para a pelve renal, constituindo a urina.

Transporte da Excreção Renal (Urina): Através dos ureteres chega à bexiga urinária (reservatório temporário de urina) e, na realidade situado “exteriormente” ao organismo

Transporte Urinário: A urina formada pelos néfrons é vazada (trocas de matéria entre o interior do organismo e o seu exterior), por meio de canais (ou tubos coletores), na pelve renal, pois estas estruturas, como a bexiga urinária, embora situadas virtualmente no interior do organismo, constituem, na realidade, espaços exteriores ao mesmo, uma vez que possuem abertura (uretra e esfíncter uretral externo) que as comunica diretamente (sem a interposição de qualquer estrutura) com o exterior do organismo (ambiente). Desse ponto, mediante fortes contrações peristálticas do ureter, a urina é propelida (transporte de matéria) para a bexiga urinária (depósito temporário), mesmo quando a pressão, no seu interior, esteja muita elevada.

Depósito de Urina: Bexiga urinária, virtualmente situado no interior do organismo, mas na realidade, “externamente”, pois possui abertura que se comunica diretamente com o exterior do organismo. 

Eliminação de Urina: Da bexiga, a urina é transportada pela uretra e lançada no meio ambiente. O esvaziamento da bexiga, pelo transporte da urina pela uretra até o meio exterior, é o processo da  micção. Quando a bexiga se torna demasiamente cheia, os receptores neurais (interoceptores) de estiramento, situados na parede desse órgão, são excitados e sinais neurais (informações) são transmitidos (transporte) para a extremidade caudal da medula espinhal (destinatária de mensagem). Desse ponto, sinais reflexos (mensagem), retornam para a parede da bexiga, fazendo com que esta se contraia (reflexo da micção), o que força a urina a passar para o orifício da uretra, através da qual é conduzida (transportada) até o exterior. Se tal ocorre em momento adequado para que a pessoa possa urinar, ela, de modo voluntário, relaxa o esfíncter uretral externo, o que permite a ejeção da urina  (Eliminação).

Depósito de Resíduos Intestinais: Intestino Grosso.

Eliminação de Resíduos Intestinais (Fezes): Ocorre através do ânus.

Promoção da Saúde, Prevenção, Diagnóstico Precoce, Limitação de Danos e Restauração da Homeostasia: Além da integridade de todas as  funções do organismo, há necessidade de outros fatores, como a manutenção da constância de composição do meio interno (constantes químicas) e das constantes físicas para que a fisiologia celular, organísmica e geral venha a se processar sem contratempos, assegurando a homeostasia do organismo como um todo, a qual corresponde, assim, ao somatório de todos os processos homeostáticos (ou cibernéticos) parciais (das células, dos tecidos, dos órgãos e dos sistemas), comandados por inúmeros dispositivos cibernéticos (mecanismos de controle automático), na dependência de uma complexa rede de informações (programadas pelo código genético) e mediadas por matéria e energia e informações,as quais são expressas pela concentração de substâncias, como o teor de glicose e hormônios no sangue, osmolalidade, temperatura, pressão, pH, aporte de energia luminosa (fenômeno da visão), acústica, eletricidade cardíaca, trocas térmicas e outras. Todas as necessidades do organismo objetivam, pois, assegurar o equilíbrio (homeostasia) do sistema de trocas de matéria, energia e informações, entre o referido organismo e o ecossistema.

A matéria, independentemente de seus próprios átomos constituírem um condensado de energia (esta não utilizável nos organismos vivos), as substâncias compostas armazenam energia, em suas ligações átomo-moleculares, podendo liberá-la, através da respiração celular (oxidação ou combustão), para utilização nas diversas atividades do organismo.

A satisfação das necessidades básicas, mediante a adequação dos intercâmbios de matéria, energia e informações com o meio externo (ambiente), visa a consecução da harmonia de todas as atividades do organismo (homeostasia) e dos seus efeitos.

À medida que o homem vai incorporando as informações recebidas, adicionadas às já contidas no código genético, vai alterando o seu "patrimônio" comportamental, reformulando-o e reajustando (“feedback”), em acorde com a quantidade e qualidade dessas informações (processo comunicativo), o que, na verdade, irá influenciar suas decisões e afetar sua maneira de ser, sua personalidade, seu comportamento e seu desempenho.

As ações desenvolvidas por uma pessoa dependem do seu comportamento, o qual decorre, geralmente, do seu estado fisiológico (nível de homeostasia) que, por sua vez, resulta da sua consciência, porque esta influencia, em grande parte, as trocas de matéria, energia e informações que se processam no seu organismo, sobretudo aquelas que podem ser controladas pelas ações conscientes.

Obviamente em função do seu patrimônio genético e do "back-ground" da pessoa (efeitos cumulativos das trocas de matéria, energia e informações ao longo do processo vital) e das condições ambientais pretéritas e presentes, serão orientadas as  novas  trocas, que influenciarão as condições homeostáticas em  cada  instante da vida e, portanto, entre outras o estado de saúde ou de doença do indivíduo, no momento  considerado.

Todos os seres vivos, além das informações contidas no seu código genético, acrescidas daquelas coletadas por uma complexa rede de informações, existente em todas as partes do organismo, construída mediante as instruções do próprio código genético, coletam informes do ambiente (aportes), através de diversos órgãos e mecanismos, a fim de se situar adequadamente nesse ambiente. Estas informações constituirão estímulos que, por sua vez, ensejarão a emissão de respostas conscientes ou inconscientes. Tanto as informações quanto as respostas correspondentes são mediadas por matéria, energia e/ou informações. Em decorrência de sua adequação ou inadequação, esse conjunto de trocas poderá contribuir para a perfeita realização de todas as funções do organismo, tanto da vida vegetativa como da vida de relação, enfim, para a homeostasia total do organismo ou, ou ao reverso, para dificultá-la, podendo atingir um nível de desvio da homeostasia, o que constitui a doença.

De certo modo, a maioria das espécies animais dispõe de mecanismos de trocas de informações com o ambiente, adequados ao seu modo de vida, ainda que, em organismos inferiores, tal fenômeno ocorra apenas de maneira rudimentar. 

O homem passa a maior parte do seu tempo em atividades comunicativas e, desta forma, o sucesso ou o fracasso de cada um, o seu estado de saúde ou de doença está, em grande parte, na dependência da coleta e processamento de informações e das respostas aos estímulos informacionais, decorrentes tanto de mecanismos genéticos como de condicionamentos por processos culturais.

Para a introdução de determinada matéria no organismo (substância), quer com fins nutritivos, quer com objetivos terapêuticos, é conveniente conhecimentos relativos à                                         estrutura, composição e ao metabolismo das espécies químicas introduzidas.

O conhecimento destes princípios facilita, enormemente, os procedimentos nutricionais, pois a utilização de substâncias, em qualidade e proporções adequadas, favorece os mecanismos homeostáticos ou cibernéticos do organismo, que desta forma, não precisarão se esforçar tanto para reparar as agressões ao organismo (efetuadas através de alimentos, medicamentos, bebidas ou substâncias tóxicas ou impróprias), capazes de alterar sua constância de composição ou homeostasia, a qual deve ser preservada ou restaurada, a qualquer custo.

As trocas de informações, como já sabemos, não se processam apenas  entre o sistema humano e o ecossistema, mas também intra-sistema humano (intra-somático).

 Os diferentes subsistemas do organismo, mediante mecanismos neurais, hormonais, enzimáticos, térmicos, químicos, pressóricos, elétricos e outros, trocam informações entre si, no sentido do desencadeamento de cada uma de suas ações reguladoras ou homeostáticas, isto é cibernéticas.

As relações com o ambiente são estabelecidas pelo sistema de vida de relação. Este sistema é integrado pelo Aparelho Locomotor, órgãos da Visão, Audição, Fonação, por Receptores Cutâneos de Informações: (dor, tato, pressão, calor, frio, odor e paladar), pela linguagem articulada, apanágio da espécie humana, pela comunicação escrita, pelas expressões corporais e, através da utilização de variados instrumentos de comunicações.

Conclusões: Como se depreende do que foi exposto, o Pensamento Sistêmico-Ecológico (Sistemismo Ecológico), assim como a Teoria Sistêmico-Ecológica de Enfermagem, além de utilizar os conceitos, idéias e princípios da Teoria Geral dos Sistemas, da Cibernética e da Teoria de Informações, se apóiam, sempre e enfaticamente, na Fisiologia e na Ecologia, cuja junção constitui a Fisioecologia, podendo, tudo ser resumido pelo conceito de “trocas de matéria, energia e informações” entre o sistema humano e o ambiente e, da mesma forma, pelas trocas efetuadas no interior do organismo, entre células, órgãos, aparelhos e sistemas, consoante o princípio de “Trocas de informações Intra Sistema Humano.”

Destarte, as ações dos profissionais de saúde e de enfermagem constituem-se, na verdade, em procedimentos capazes de facilitar e/ou integrar essas trocas entre o organismo e seu meio externo, porém, necessitando inicialmente, efetuar Ações extracorpóreas como as de Adequação do Ambiente (todas as ações sobre o meio externo, objetivando torná-lo melhor e mais confortável, protetor e sadio, possibilitando e facilitando o sistema de intercâmbio entre o organismo e o ambiente) e as de Proteção de Barreiras: (Atuação sobre as Áreas Cutâneo-Mucosas, Cavidades e Fâneros), além da Seleção de Aportes ao organismo (ingresso de informações, energia e matéria, incluindo Nutrientes e Medicamentos).

Os aportes ao organismo devem ocorrer em consonância com as características e condições do mecanismo de Trocas Intracorpóreas (atuação objetivando reflexos positivos sobre o meio interno), considerando-se de per si, cada uma das funções  (fisiologia) do organismo, bem como objetivando a facilitação de todas as Rejeições ou Eliminações de produtos indesejáveis, o que sintetiza, perfeitamente, o sistema de “Trocas de Matéria, Energia e Informações”, que ocorre, sempre, no organismo humano, como entre qualquer sistema e o seu ambiente.
O fato de se preconizar a coleta dados e a atuação, sempre e simultaneamente, sobre o organismo e o ambiente, é que caracteriza o Pensamento Sistêmico Ecológico (Sistemismo Ecológico) e a Teoria Sistêmico-Ecológica de Enfermagem, constituindo o primeiro um referencial aplicável a qualquer setor das atividades humanas, enquanto a segunda, um corresponde a um paradigma específico para a enfermagem.
 



Eliminações: O somatório dos produtos catabólicos celulares, os sobejos do processo digestivo (substâncias não digeridas ou não absorvidas), as matérias não metabolizáveis, estranhas ou nocivas aos processos metabólicos, ou ainda, introduzidas em excesso no organismo e capazes de alterar as diversas constantes físicas ou químicas do sistema humano, devendo ser rejeitadas (Eliminações) através das vias digestivas, respiratórias, urinárias e cutâneo-mucosas, sob a ação de forças negentrópicas, mediante mecanismos homeostáticos (Integração, Regulação e Controle), as quais buscam, a todo transe, manter ou restaurar a higidez, a constância de composição (Homeostasia), cujos desvios constituem os estados patológicos ou situações com constantes diferenciadas, tal como acontece na senectude.