terça-feira, 23 de setembro de 2008

GRELINA - O HORMÔNIO DO APETITE

Compreender o aumento descontrolado da massa gorda numa pessoa superobesa é, actualmente, um dos temas mais estimulantes no campo da investigação médica.

Os investigadores trabalham no sentido de entender os mecanismos que regulam o armazenamento de energia sob a forma de gordura e o modo como ocorre o aparente descontrolo desses mecanismos que levam à superobesidade.

Em 1999 um grupo de cientistas japoneses, Kojima e colaboradores, descobriu uma hormona produzida no estômago - a grelina - que parece estar implicada na regulação do apetite. Esta descoberta poderá ter sido a ponta do novelo que nos levará à etiologia da obesidade.

A grelina é uma hormona produzida no estômago que envia sinais ao cérebro provocando sensação de fome. A sua produção aumenta à medida que se aproxima a hora da refeição ou simplesmente pela visão ou odor da comida. Enquanto comemos, outros mecanismos entram em acção para diminuir gradualmente o apetite, fazendo chegar ao cérebro a informação de que já estamos a ficar cheios. A primeira fase deste processo ocorre no estômago e intestino delgado, que começam a distender-se enviando impulsos nervosos ao cérebro induzindo a sensação de saciedade. Ao mesmo tempo produzem-se hormonas a nível intestinal que são também enviadas ao cérebro aumentando a sensação de satisfação.

A liberação endógena de grelina encontra-se reduzida após ingestão alimentar, voltando progressivamente aos valores basais próximo do término do período pós-prandial. Estudos prévios envolvendo libertação dessa hormona, em humanos, mostram que são os tipos de nutrientes contidos na refeição, e não o seu volume, os responsáveis pelo aumento ou decréscimo pós-prandial dos níveis plasmáticos de grelina. Estas observações sugerem que a contribuição da grelina na regulação pós-prandial da alimentação pode diferir com o macronutriente predominante no conteúdo alimentar ingerido. Sua concentração plasmática está diminuída após refeições ricas em hidratos de carbono e está aumentada após refeições ricas em proteína animal e lipidos.

Com esta descoberta foi dado mais um passo para compreendermos o mistério do aumento desenfreado de massa gorda num superobeso. A investigação médica caminha no sentido de desenvolver novos tratamentos preventivos e regimes para combater o aumento epidémico da obesidade e de todas as desordens com ela relacionadas.
Publicada por ANA CARVALHAS em 8:30
Etiquetas: hormona do apetite
1 comentários:

lijialefw disse...

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A Frase
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A Sopa
"Quanto ao valor nutricional a sopa é imbatível. O caldo nem se limita a ser harmonizador metabólico, nem a mero veículo de nutrimentos. É autêntica tisana medicinal!"
Emílio Peres
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ANA CARVALHAS
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segunda-feira, 16 de junho de 2008

'Hormônio da fome' tem efeito antidepressivo, diz estudo

Da BBC Brasil

Níveis altos de grelina, o chamado "hormônio da fome", podem ter efeito antidepressivo, segundo um estudo de cientistas americanos publicado na revista especializada Nature Neuroscience.

A grelina é liberada na corrente sangüínea pelo estômago vazio e levada até o cérebro, onde provoca a sensação de fome.

O estudo concluiu que camundongos com alto nível do hormônio apresentavam menos sinais de depressão e ansiedade.

Cientistas acreditam que o tratamento com o hormônio ou com algum remédio que controle seus efeitos poderia ajudar tanto as pessoas que sofrem de falta de apetite - pacientes de câncer, por exemplo - como aqueles que comem muito.

Restrição de calorias

Neste estudo, o pesquisador Jeffrey Zygman, do centro médico UT Southwestern, em Dallas, e sua equipe, restringiram a ingestão de alimentos dos camundongos por 10 dias, fazendo com que os níveis de grelina das cobaias quadruplicassem.

Em comparação aos camundongos que tinham livre acesso aos alimentos, os camundongos com restrição de calorias demonstraram menores níveis de depressão e ansiedade quando submetidos a labirintos e outros testes de comportamento.

A equipe também observou camundongos que tinham sido geneticamente modificados para não responder ao hormônio.

Quando eles passaram por uma dieta de restrição calórica, não foi notado o efeito anti-depressivo ou anti-ansiolítico da grelina.

Os cientistas observaram o mesmo resultado quando aumentaram os níveis da grelina nas cobaias através do estresse.

Os camundongos que não conseguiam responder ao hormônio apresentaram níveis mais altos de depressão e ansiedade que camundongos normais.

Evolução

"Nossa descoberta com os camundongos sugere que o estresse crônico faz com que os níveis de grelina subam, e que o comportamento associado a depressão e ansiedade diminui quando o nível da grelina sobe", disse Zygman.

"Um triste efeito colateral, no entanto, é o aumento da ingestão de alimentos e de peso", disse ele.

Segundo o pesquisador, o resultado faz sentido em termos evolutivos, já que seria mais vantajoso para animais caçadores permanecer calmos em tempos de fome, para conseguir encontrar comida.

Os pesquisadores agora esperam estudar o efeito antidepressivo do hormônio em condições como a anorexia.

O professor Stephen Bloom, especialista em regulação de apetite do Imperial College of London, disse que faz sentido acreditar que a grelina tenha impacto sobre outras áreas comportamentais além da fome, mas afirmou que são necessários novos estudos antes que se confirme que um hormônio liberado no estômago tem efeito sobre o humor.

BBC Brasil